O projeto, integrado na 11.ª edição do Festival Tremor, que decorre entre hoje e sábado, na ilha de São Miguel, nos Açores, resultará numa performance que será apresentada quinta-feira, no porto de pescas de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande.
“Estou muito grato pelo convite e pela ideia do Festival Tremor, de ter tido a iniciativa de juntar dois universos que, aparentemente, às vezes, podem não ser tão óbvios de estarem unidos, mas o que nos une é a música. Acabamos por ter a mesma paixão em comum, mesmo que as linguagens possam ser ligeiramente diferentes”, disse Sam The Kid (nome artístico de Samuel Mira) à agência Lusa.
Participam no projeto mais de 20 estudantes da Escola de Música de Rabo de Peixe e 11 MC açorianos, de acordo com a organização do festival.
“Na parte do que toca aos ‘rappers’ e aos cantores, é um momento muito, muito importante de ser assistido, em que podemos ver o talento que há nas várias ilhas dos Açores. E em relação aos músicos, à banda, à orquestra, por assim dizer, é mais centrada em Rabo de Peixe, especificamente”, segundo o ‘rapper’ e produtor musical.
Na opinião de Sam The Kid, que falava à Lusa na segunda-feira à tarde, no final de um ensaio na Escola Básica e Integrada (EB1) de Rabo de Peixe, o espetáculo final “vai ser uma junção a não perder”: “Porque há aqui muito talento, tanto do nível dos artistas que têm as suas canções, como dos instrumentistas”.
O espetáculo inclui um momento final em que irá ser feita uma espécie de homenagem ao hino de Rabo de Peixe (“Não vou chorar”), em que participam todos os intervenientes, com o arranjo do professor da Escola de Música local, indicou.
Sobre o espetáculo final, Sam The Kid disse esperar que os artistas fiquem satisfeitos e que o público possa ficar a par de “alguns talentos que não conhecia”.
“Este é o tipo de espetáculo que é muito propício a este tipo de situação, porque há muitos artistas, aqui, que vão pisar pela primeira vez um palco. Vão dar a conhecer pela primeira vez a sua música, e é muito importante para esses artistas também saírem do palco e sentirem que correu bem”, declarou.
O intérprete Gonçalo Valério, que tem o nome artístico Valério, de 24 anos, que reside no concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, participa pela primeira vez numa residência artística e diz que a experiência é interessante, por juntar artistas da região e contar com a orientação de Sam The Kid.
Valério referiu que a iniciativa também pode ser importante para divulgar a cultura do ‘hip hop’ nos Açores, dado que no arquipélago “não é tão fomentada como em Portugal continental”.
Por sua vez, Joana Pacheco, de 26 anos, natural da Praia da Vitória, na ilha Terceira, e a estudar no Porto, está a participar no projeto cultural por representar “o concretizar de uma mão cheia de sonhos”.
“Para já, a oportunidade de aprender e de testemunhar como é que o Sam [The Kid] trabalha. A opinião é unânime, ele é o rei português [do ‘rap’], não há outro igual. E depois, juntando a isso, a oportunidade de cantar os meus originais em São Miguel, coisa que ainda não tinha feito”, justificou em declarações à Lusa.
A jovem acredita que nuca mais irá esquecer a experiência, por considerar que a enriquecerá muito em termos artísticos e pessoais.
A 11.ª edição do Festival Tremor inclui concertos, conversas, residências artísticas, caminhadas, exposições e laboratórios, entre outras iniciativas.
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