O castelo original, do século IX, é uma das muitas ruínas que encimam as colinas da Andaluzia. Para a sua recuperação, o arquitecto Carlos Quevedo fez erguer uma estrutura quadrangular em betão branco, que recupera aquela que seria a forma original da fortaleza, contra a qual são visíveis as paredes e pedras que sobreviveram ao passar do tempo.

É o contraste entre os novos materiais, usados para consolidar a ruína e recuperar a forma, e os antigos que deixou muita gente em choque, incluindo uma associação espanhola de defesa do património, a Hispania Nostra: "Não é preciso fazer comentários, basta olhar para as fotografias. Há estrangeiros que nos escreveram dizendo que não conseguem perceber que estas loucuras - que se podem descrever melhor como 'massacres' do património - continuem. E é o que são, de facto."

Em declarações ao The Guardian, o arquitecto Carlos Quevedo defende-se: "O projecto teve três objectivos principais: consolidar estruturalmente os elementos que estavam em perigo; diferenciar o que foi acrescentado daquilo que faz parte da estrutura original - evitando assim as reconstruções imitativas que são proibidas por lei; e recuperar o volume, textura e tonalidade que a torre terá tido originalmente".

Nas redes sociais, os comentários e críticas sucederam-se, e algumas pessoas chegam a comparar a intervenção à célebre e anedótica recuperação do quadro "Ecce Homo" numa igreja de Borja, feita por uma mulher devota e bem intencionada, que animou as notícias no verão de 2012. A forma como Espanha recupera - ou destrói - o seu património arquitectónico tem gerado debates e polémicas intensas.