O festival Sons da Terra "procura ser, da forma mais bonita e completa, uma celebração anual da portugalidade, um encontro num só lugar do que de melhor se faz em Portugal e da sua respetiva matriz", começa por dizer Diogo Clemente.

Ana Moura, Vitorino e a Orquestra Sete Sóis e Sete Luas são os cabeças de cartaz do festival, que, diz o músico, "conta com os melhores artistas, desde os de carreira internacional até aos agrupamentos tradicionais".

Mas o Sons da Terra não se resume à música. Do artesanato à gastronomia, o festival tem "muitas atividades e é feito para as famílias". O guitarrista e compositor destaca ainda o parque de diversões, as exposições, a Tasca do Chico, os jogos tradicionais e o "convívio direto com todos os artistas tradicionais".

Na sua estreia à frente da direção artística de um festival, Diogo Clemente conta que este é "o cumprir de um sonho". "Como músico e produtor tenho a oportunidade de viver desde há muitos anos não só a realidade musical do mundo como a perspetiva de fora sobre o nosso país. Senti que precisava urgentemente de cumprir o sonho de festejar e dar spotligth [destaque] a toda música de raiz que temos de norte a sul de Portugal".

Sob o lema “a maior festa da portugalidade”, o Sons da Terra pretende "reunir todas as maiores riquezas" do país ao longo dos três dias de festival. "Para que as famílias possam ter um programa diversificado e para que as crianças possam conviver de perto com todos os trajes, danças, costumes, músicas, pronúncias e gastronomias de Portugal", explica.

Por essa razão, este é um festival de "muitos mundos" num só. Já que, diz, "uma distância de poucos quilómetros em Portugal faz-nos mudar de mundo musical. São muitos mundos. No entanto, sinto que há uma linha de atitude que une todos os géneros".

Questionado sobre se estamos a perder as nossas raízes, o músico é categórico — "não" — e recorre a um exemplo do Renascimento italiano. "Miguel Ângelo também não beijava as mãos todos os dias quando pintou a Capela Sistina. Eram só as suas mãos. No entanto eram tesouros. É isso que acontece com estas riquezas, o facto de crescermos com elas não nos permite ter a perceção da dimensão da sua riqueza".

E, numa altura em que cada vez mais se fala numa identidade musical lusófona, como é que um festival como este pode explorar e encaixar nessa matriz? "A língua é também parte importante deste festival, sem dúvida, temos como principais caras dois dos maiores representantes da nossa língua, Ana Moura e Vitorino, para lá de tudo o mais. A lusofonia não é só Portugal, a família é maior, no entanto este é o pai dessa realidade, Portugal", responde Diogo Clemente.

O Sons da Terra divide-se por quatro palcos — Folclore, Jardim das Oliveiras, Jardim da Memória e Pátio do Enxugo. O cartaz completo pode ser consultado em https://festivalsonsdaterra.com/.

Para além dos cabeças de cartaz já mencionados, destaque ainda para a presença da fadista Ana Laíns e do fadista Peu Madureira, do grupo de cante campaniço baixo-alentejano, que está a celebrar o seu 20.º aniversário, Adiafa, do acordeonista João Frade e do saxofonista e flautista Rão Kyao.

Em comunicado, a organização deixa alguns conselhos e recomendações, como a chegada atempada ao recinto para a troca de bilhete por pulseira nas bilheteiras das entradas, a utilização de transportes públicos e a não existência de caixas multibanco no recinto.

O festival terá entrada gratuita a 19, dia da Orquestra Sete Sóis Sete Luas. Os bilhetes para os dias 20 e 21 estão à venda nos locais habituais e variam entre os 3 e os 5 euros. O passe para os dois últimos dias tem um valor de 9 euros.

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