“A Tate Britain vai celebrar duas das mais importantes pintoras figurativas das suas gerações. Em maio de 2020, a galeria vai abrir a primeira grande exposição do trabalho de Lynette Yiadom-Boakye, seguida, em 2021, por uma retrospetiva que vai abarcar toda a carreira das pinturas, desenhos e impressões de Paula Rego”, pode ler-se no comunicado do anúncio, feito já em março.
No âmbito da campanha “#5WomenArtists” (traduzida por “#5MulheresArtistas”), lançada nas redes sociais pelo Museu Nacional das Mulheres nas Artes, nos Estados Unidos, para instar as pessoas a nomearem cinco artistas mulheres, a Tate Modern vai também destacar o trabalho de duas escultoras do Leste europeu: Magdalena Abakanowicz e Maria Bartuszová.
Já a Tate St. Ives vai dedicar, no verão do próximo ano, uma exposição ao trabalho multissensorial da sul-coreana Haegue Yang.
Num futuro mais próximo, Paula Rego vai ser alvo de uma outra retrospetiva, a inaugurar no dia 15 de junho na Milton Keynes Gallery, também no Reino Unido e que vai apresentar trabalhos da carreira da artista desde os anos 1960.
“A exposição vai incluir pinturas nunca antes vistas e trabalhos em papel dos amigos próximos e da família da artista, que refletem a perspetiva de Rego enquanto mulher imersa em assuntos sociais urgentes”, pode ler-se na sinopse da mostra, intitulada “Obediência e Provocação” (tradução livre de “Obedience and Defiance”) e que vai ficar patente até 22 de setembro.
A exposição organizada pela Milton Keynes Gallery é desenvolvida em parceria com a Galeria Nacional Escocesa de Arte Moderna, em Edimburgo, e com o Museu Irlandês de Arte Moderna, em Dublin, sendo a primeira vez que uma retrospetiva de Paula Rego é exposta na Escócia e na Irlanda.
Em Edimburgo, a mostra, que tem curadoria de Catherine Lampert, vai ser apresentada entre 23 de novembro deste ano e 19 de abril de 2020.
“Abrangendo a carreira de Paula Rego dos anos 1950 até 2012, os trabalhos desta exposição abordam o regime fascista de António de Oliveira Salazar, o referendo de 1998 sobre a legalização do aborto em Portugal, a invasão do Iraque em 2003 pelos Estados Unidos e seus aliados e, a partir de 2009, a mutilação genital feminina, assuntos que ressoam fortemente com temáticas feministas e políticas atuais”, pode ler-se na página da Galeria Nacional escocesa.
Nascida em Lisboa, em 1935, Paula Rego deixou Portugal ainda adolescente, durante a ditadura de Oliveira Salazar, para fazer os estudos na Slade School of Art, em Londres, cidade onde se radicou e vive há mais de 50 anos.
Única artista mulher da chamada Escola de Londres, Paula Rego distinguiu-se por uma obra fortemente figurativa e literária, considerada incisiva e singular pela crítica de arte.
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