O quarto dia da 35.ª edição do festival começa com a peça “Final do amor”, uma proposta do Mini Teater de Liubliana, Eslovénia, encenada pelo croata Ivan Buljan. As peças têm legendas em português.
Uma figura que, nas palavras do diretor do certame, Rodrigo Francisco, “traz sempre propostas bastante ousadas” a esta iniciativa.
Depois de, em 2014, ter levado ao festival “Cais Oeste”, do dramaturgo francês Bernard-Marie Koltès (1948-1989) e de, um ano depois, ter dirigido a iniciativa “Escola dos mestres”, o encenador croata nascido em 1965 regressa agora a Almada com uma encenação do dramaturgo francês Pascal Rambert.
O texto do escritor e coreógrafo francês que dirige o T2G - Thèâtre de Gennevilliers cuja ação se centra num ator e numa atriz fechados numa sala de ensaios que põem fim à sua relação, sobe ao palco do Teatro-Estúdio António Assunção.
“Final do amor” é interpretada por um casal na vida real, tratando-se de Marko Mandic e Pia Zemljic, que já foi galardoada com um prémio pela interpretação nesta peça.
A obra constitui também uma oportunidade de rever o trabalho de Marko Mandic, que já marcou presença noutras edições do festival em encenações do cofundador do Teatro do Mundo, em Zagreb, e do Mini Teater, como “Macbeth” ou “Pílades”.
“A reunificação das duas Coreias”, um texto do francês Joël Pommerat encenado pelo próprio em 2013 e que integrou a programação do festival, em 2014, volta agora ao certame.
Desta vez, trata-se de uma criação do Gavella Drama Theatre, de Zagreb (Croácia), encenada pelo italiano Paolo Magelli que, entre 2010 e 2015, dirigiu o Teatro Metastasio, em Prato.
“Uma proposta com as características próprias do teatro croata que deverá extravasar para o público e que irá contrastar com o trabalho de contenção do teatro francês apresentado em 2014 por Pommerat”, sublinhou Rodrigo Francisco.
Apesar do título, esta peça escrita pelo fundador da Companhia Luis Brouillard, em 1990, e artista residente no Théatre des Bouffes du Nord, entre 2007 e 2010, a convite de Peter Brook, nada tem a ver com a situação coreana.
Trata-se antes de um texto sobre o amor, sobre a possibilidade e/ou impossibilidade da reunião dos opostos que, em 2014, Pommerat levou a Almada numa versão bifrontal apresentada no palco da sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite.
Este ano, a encenação de Paolo Magelli será representada no palco da sala Garrett, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, repetindo no domingo.
No Fórum Romeu Correia, em Almada, o Teatro de Babel, da Cidade do México, propõe “Arizona”, um texto do argumentista e dramaturgo espanhol Juan Carlos Rubio, com encenação do conterrâneo Ignacio Garcia.
Nascido em 1977, Ignacio Garcia dirige, desde 2017, o Teatro Clássico de Almagro, com quem, em breve, a Companhia de Teatro de Almada (CTA) estabelecerá uma parceria, segundo Rodrigo Francisco.
Um concerto com Manel Cruz, na esplanada da Escola D. António da Costa, em Almada, e um espetáculo de rua – “Clown Cabaret”, em Cacilhas – são outras das propostas do quarto dia do 35.º Festival de Almada.
A decorrer até 18 de julho em vários espaços de Almada e Lisboa, a 35ª edição do Festival foi elaborada em contexto de “quase emergência” devido aos cortes se subsídios estatais de que foi alvo, frisou Rodrigo Francisco.
Vinte e quatro produções, nove das quais portuguesas e quinze estrangeiras, preenchem o programa desta edição do certame.
Onze concertos de entrada livre e quatro espetáculos de rua constam das propostas paralelas do festival, a decorrer até 18 de julho em vários locais de Almada e Lisboa.
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