O fundador do Xinglai, Ding Rui, prepara sessões de duas horas em que os participantes recebem uma pergunta baseada em dilemas de vida ou morte. Cada um deles tem então de escolher entre sacrificar a sua vida ou a de outra pessoa, e explicar porquê. Os participantes votam depois na pior explicação e essa pessoa é enviada para o crematório.

Ji Ruoxing, 33, foi uma das participantes condenadas a morrer por ter a pior resposta. Atravessou o crematório e comentou à Reuters que partes desta experiência foram assustadoras. "No momento em que estava tudo completamente escuro, a sensação era muito realista. Especialmente no início, quando eu estava sentada dentro do quarto, e a porta abriu-se - conseguia ouvir o ruído lá dentro e estava um pouco assustada. Foi só quando entrei que senti que estava tudo bem ", disse ela.

O Xinglai foi desenvolvido por Ding e pelo seu sócio durante quase quatro anos. Ding diz que ele mesmo andou a fazer investigação sobre experiências de morte e que o seu parceiro de negócios geriu um serviço de cuidados paliativos com sede em Xangai, que também tinha um simulacro de um crematório.

"Como não entendemos completamente a morte, dizer adeus torna-se uma tarefa de facto bastante complicada e difícil. Ela abrange várias dimensões, conflitos, e até impede que se seja capaz de se tomar decisões. Isso tudo pode acontecer. Esta é uma forma de educar as pessoas sobre a vida, de modo a que alguém que se aproxima do momento imediatamente antes da morte não tenha que pensar sobre esses problemas", disse Ding.

O simulacro custa 444 yuan (60€) por pessoa; na China, o número quatro está associado à morte.

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