Vinhais reclama o estatuto de “Capital do Fumeiro” e tem nos enchidos certificados a imagem de marca e uma fileira de negócio em expansão desde há quase 40 anos e que movimenta seis milhões de euros anuais, segundo os responsáveis.

Além da produção tradicional e artesanal, o concelho conta com unidades de transformação que já vendem fumeiro durante todo o ano, mas o propósito é aumentar as vendas apostando na vertente gastronómica com novas receitas à base de fumeiro para saborear além dos assados na brasa das lareiras de inverno.

A próxima Feira do Fumeiro, entre 09 e 12 de fevereiro, vai revelar algumas das novidades preparadas por “chefs” de cozinha, uma das quais, o “Rocher de Alheira de Vinhais” está em processo de registo e vai ser propriedade da Associação de Criadores de Suínos da Raça Bísara, detentora da certificação de todos os produtos do fumeiro de Vinhais.

Trata-se de um criação do “Chef” Óscar Geadas, de Bragança, que aproveitou os produtos locais e decidiu juntar a alheira de Vinhais à castanha com “uma roupagem nova”.

O resultado é de aparência idêntica aos conhecidos bombons de natal, daí o nome “Rocher”, mas com pasta da alheira, recheio e cobertura de castanha, finalizado com uma capa de ouro líquido comestível.

O “Chef” assegura que a combinação resulta até por que, como explicou, “a gordura tem de se quebrar ou com um ácido ou com um doce” e escolheu a castanha convicto de que “os dois sabores dão uma combinação perfeita”.

A responsável pela Feira do Fumeiro, Carla Alves, realçou o propósito de, com as inovações astronómicas, é colocar o fumeiro nas mesas durante todo o ano e quebrar a sazonalidade do produto.

“Historicamente, o fumeiro é um produto de inverno, era assado na brasa. Se conseguirmos criar receitas novas e outra forma de o consumir, vamos conseguir tê-lo à mesa durante todo o ano nas nossas mesas e nos melhores restaurantes do país”, defendeu.