O projeto de música eletrónica é um esforço a solo da russa, de 35 anos, que faz parte da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e lançou, em julho, o EP “#1”, a que se segue um segundo com mais três faixas.
IAN apresenta-se em Braga na segunda edição do evento, trazendo, no segundo dia, e já pelas 01:30, a mistura de géneros entre a música eletrónica, o ‘trip hop’ e o ‘hip hop’ a um cartaz que conta com o alemão Nils Frahm como cabeça de cartaz, entre sexta-feira e sábado.
No espetáculo, canta e toca ao mesmo tempo, combinando a música eletrónica com o violino, uma mistura muito presente no segundo registo de estúdio, nomeadamente em “No Name”, com um arranjo de cordas “para quatro violinos”, mas interpretado apenas por Ianina.
“Estou muito contente por este concerto. O GNRation é um sítio espetacular, e vamos ter a projeção dos vídeos que já produzimos, entre outros trabalhos a acompanhar o espetáculo”, revelou à Lusa a música russa, que vai tocar piano e violino ao vivo, além de cantar, e pretende ainda contar a sua história, que também passa pela orquestra e pelas influências que foi recolhendo.
O novo EP tem “muito mais ‘spoken word’”, e é mais virado “para o ‘hip hop’”, o que se nota desde logo pela participação do sul-africano Tweezy.
“Tinha-o conhecido em Nova Iorque, e mandei-lhe a música pelo Facebook, propondo que participasse, e adorou. Mandou a voz dele gravada logo no dia seguinte. No vídeo da música, gravou-se no telemóvel para podermos usar essas imagens”, contou a música.
As diferenças entre o projeto a solo e o papel na Sinfónica manifestam-se “em tudo, em termos de estilo e na exposição” necessária, mas “uma coisa não vive sem a outra”, até porque o “bom repertório” que têm tocado (na orquestra), como na presente semana em que têm interpretado Mozart, enriquece IAN.
Entre a música eletrónica e outras ideias “que vêm da orquestra”, até pelo repertório contemporâneo com que se vai deparando, o projeto vai crescendo sobre “um trampolim para as ideias”, que é a experiência acumulada de Ianina.
“Tocamos todos os estilos na orquestra, e eu gosto de muitas coisas diferentes, não só de eletrónica, como ‘hip hop’ ou ‘r&b’. Não sigo um só estilo, e isso é também graças à orquestra. Por exemplo, adorava ir ao concerto de Nil Frahm”, reforçou a violinista, referindo-se à atuação do músico alemão, cabeça de cartaz do festival, também na noite de sábado, no Thatro Circo, em Braga.
No próximo ano, “mas não logo em janeiro ou fevereiro”, tem em vista o lançamento do primeiro álbum, para suceder aos dois EP, e os próximos concertos já vão mostrar o material que estará no disco.
“Já vou tocar muito mais coisas. O meu espetáculo em Braga é de 45 minutos e vou aproveitar ao máximo. Vou cantar canções que vão para o próximo álbum, e há vozes gravadas também, com histórias em várias línguas que contam um bocadinho do meu dia-a-dia, todas elas gravadas por membros da orquestra”, afirmou.
Nesse primeiro longa-duração, a caminho, a mistura de várias línguas, um reflexo da vida de Ianina, está bem presente, com a maioria das canções em inglês, “uma ou duas” em português, além do russo, a língua materna, e até um pouco de alemão, porque “cada uma tem a sua particularidade sonora”.
Em Portugal desde os 15 anos, a violinista nasceu em Moscovo, onde conquistou, em 1995, o 2.º Prémio do Concurso para Jovens Músicos de Moscovo, passando pela Alemanha para estudar na Holdstadt Schulle.
Chegou a Portugal, onde estudou na Escola Profissional de Música de Espinho, de onde saiu em 2002 para a licenciatura em Violino na Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo (ESMAE), no Porto, cidade em que chegou à Orquestra Sinfónica da Casa da Música.
IAN apresenta-se este sábado no Festival para Gente Sentada, no GNRation, em Braga, chegando depois a Lisboa, no Super Bock em Stock, a 23 de novembro, após primeiras apresentações em Moscovo, São Petersburgo ou Berlim, no estrangeiro, antes de ter tocado no festival MIMO, em Amarante, e de ter feito a abertura dos The Gift nos Coliseus do Porto e Lisboa.
IAN abre o palco do GNRation pelas 01:30, na noite de sábado para domingo, trazendo o ‘trip hop’ e a eletrónica alternativa para o festival.
Comentários