“Durante o mês de agosto houve uma procura extraordinária por parte dos visitantes, ao Museu e Parque Arqueológico, o que fez com o que o crescimento de visitas fosse de mais de 90%, face a período homólogo, com 14.954″, indicou à Lusa o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro.

O responsável concretizou, que, no mês de agosto, visitaram o Museu do Côa (MC) 11.854 pessoas, enquanto o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) teve 3.100 visitantes.

“A média diária de visitas ao MC foi de cerca de 500 pessoas, atendendo ao facto de os equipamentos arqueológicos estarem situados numa região de baixa densidade populacional, o que torna estes números muito surpreendentes”, vincou o presidente da Fundação Côa Parque (FCP).

O responsável frisou que, este verão, considerando o número conjunto de visitantes dos meses de julho e agosto, do MC e do PACV, se verificou um aumento de 40%, face ao mesmo período do ano de 2019.

Nos dois “meses de julho e agosto de 2019, o número de visitantes fixou-se nos 14.234″, disse Bruno Navarro à Lusa. Em 2020, no total destes dois meses, “o número registado é de 19.581 pessoas, o que significa uma aumento na casa dos 40%”, contabilizou.

Em termos de receitas e de acordo com as conta da FCP, nos meses de julho em agosto de 2019 entraram nos cofres da instituição cerca de 95 mil euros. Em período homólogo, este ano, a receita disparou para os 130 mil euros.

“Só no mês de agosto a receita de bilheteira e loja de recordações e produtos endógenos faturou 90.700 euros, ou seja, mais 33.770 que em 2019″, avançou o responsável pelo MC e PAVC.

As receitas da loja de ‘merchandising’ e de produtos endógenos, nos meses de julho e agosto, “mais que duplicou as receitas”, de 2019 para 2020, passando dos 9.300 euros, no ano passado, para os 19.100 euros, este ano.

“Os números de receitas próprias do MC e do PAVC”, nos meses de verão, “vieram corrigir, de forma muito significativa, o enorme défice que era registado desde março de 2020, fruto das contingências provocadas pela pandemia provocada pela covid-19″, enfatizou Bruno Navarro à Lusa.

Para o responsável da FCP, os números aposentados refletem uma tendência de crescimento do turismo, nomeadamente de turistas nacionais, que se concentram nas regiões do interior.

“As últimas descobertas arqueológicas do grande auroque [boi selvagem], no sítio do Fariseu, e a homenagem ao secretário-geral da Organização da Nações Unidas [ONU], António Guterres, [no final de julho], contribuíram para uma maior visibilidade do MC e do PAVC”, destacou.

O período de confinamento, a que os portugueses estiveram sujeitos, durante o meses de março, abril e maio de 2020, e a consequente opção pelo turismo interno, terá contribuído, segundo o presidente da FCP, para o aumento do número de visitantes portugueses e dos resultados positivos da instituição.

“Esperamos que estes turistas regressem para o ano, no período pós-pandemia”, concluiu.

Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25.000 anos.

Pelo Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa, nos últimos 25 anos, já passagem mais de 615 mil visitantes.

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