Esta é a 15.ª edição da KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã, organizada pelo Goethe-Institut Portugal, que dá a conhecer algumas das novas produções cinematográficas da Alemanha, Áustria, Suíça e Luxemburgo, e que este ano encerra no dia 24 de janeiro, com a antestreia de “A Ordem Divina”, de Petra Biondina Volpe.
Entre 14 longas-metragens, oito documentários e uma sessão especial para famílias, são abordados os mais diversos temas, em obras de realizadores já consagrados ou que estão a dar os primeiros passos na área da realização, de que é exemplo o filme de abertura.
Conhecido como ator – no ano passado protagonizou “Stefan Zweig – Adeus, Europa”, filme de encerramento da KINO 2017 – Josef Hader tem a sua estreia como realizador em “Wild Mouse”, filme em que volta a interpretar o papel principal.
“Wild Mouse” conta a história de um famoso crítico de música que, ao ver-se desempregado devido a cortes orçamentais, decide vingar-se do seu antigo editor e, em campanhas noturnas, o que começa com pequenos danos materiais vai-se intensificando gradualmente para um terror cada vez maior, e o protagonista acaba por perder o controlo da situação.
Dentro do foco Novas Perspetivas, a organização destaca outros exemplos de primeiros trabalhos, como “Herbert”, de Thomas Stuber, a história dramática de um pugilista profissional que se vê confrontado com uma doença incurável do sistema nervoso motor, ou “Dezassete”, uma visão simultaneamente suave e selvagem da adolescência pela jovem realizadora austríaca Monja Art.
Este olhar do festival sobre as primeiras obras de jovens talentos da realização, engloba também, este ano, os filmes “Casa sem Teto”, da realizadora de origem iraquiana Soleen Yusef, e “Irmão Jakob”, que acompanha a conversão ao Islão do irmão do realizador Elí Roland.
A secção KINOdoc é uma das apostas desta 15.ª edição da KINO, com um maior número de documentários a serem exibidos nas três cidades que acolhem a mostra.
Neste âmbito, a organização escolheu “Beuys”, de Andres Veiel, sobre o artista alemão Joseph Beuys, — com estreia nas salas portuguesas a 08 de fevereiro – para a abertura no Porto e em Coimbra, em colaboração com a Leopardo Filmes.
Trinta anos após a morte de Joseph Beuys, o realizador dá a palavra ao próprio artista e, a partir de numerosa documentação audiovisual, que até agora se mantivera inédita, constrói um retrato daquele que se tornou um dos mais influentes artistas alemães da segunda metade do século XX.
Em Lisboa, destacam-se dois filmes dedicados à cena musical alemã: “Se penso na Alemanha à noite”, de Romuald Karmakar, e “B-Movie — Lust & Sound in West-Berlin”, de Jörg A. Hoppe, Klaus Maeck e Heiko Lange.
Na sessão de encerramento, antestreia-se “A Ordem Divina”, de Petra Biondina Volpe, um filme apresentado pela Embaixada da Suíça em colaboração com a Films4You, que conta a história da luta pelo direito ao voto feminino na Suíça, nos anos de 1970.
Através da perspetiva de uma dona de casa numa vila remota do país, o espetador é convidado a olhar para este movimento histórico quando um pouco por todo o mundo continua a ser essencial pensar, debater e agir sobre as questões de igualdade de género.
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