Publicado pela editora Frontiers (de publicações científicas), o estudo fez o inventário das emissões de gases com efeito de estuda (GEE) de 167 cidades do mundo, concluindo que apenas 25 delas produzem 52% das emissões das cidades estudadas.

O estudo, o primeiro balanço global de GEE emitidos pelas principais cidades do planeta, pretendeu monitorizar a eficácia das medidas de redução de emissões das cidades, que embora cobrindo apenas 02% da superfície terrestre são grandes contribuintes para a crise climática.

“Atualmente, mais de 50% da população mundial vive em cidades. As cidades são alegadamente responsáveis por mais de 70% das emissões de GEE, e partilham uma grande responsabilidade na descarbonização da economia global. Os atuais métodos de inventário usados pelas cidades variam globalmente, tornando difícil avaliar e comparar o progresso da atenuação das emissões ao longo do tempo e do espaço”, afirmou, citado no estudo, um dos autores do trabalho, Shaoqing Chen, da “Sun Yat-sen University”, China.

Segundo o documento, as cidades na Europa, Austrália e Estados Unidos tiveram emissões per capita significativamente mais elevadas do que cidades em países menos desenvolvidos, sendo a energia e transportes os maiores causadores de emissões.

Os resultados da investigação mostraram também que tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento há cidades com elevadas emissões de GEE, embora as megacidades asiáticas (como Xangai na China ou Tóquio no Japão) sejam emissoras destacadas.

E mostraram ainda que os níveis de emissões de GEE aumentaram e diminuíram entre as cidades no período em estudo, de 2012 a 2016. Nesses anos as cidades com maior redução de GEE foram Oslo, Houston, Seattle e Bogotá. As cidades com maior aumento de emissões foram o Rio de Janeiro, Curitiba, Joanesburgo e Veneza.

Os autores do trabalho concluíram que embora a maior parte das cidades (113 entre 167) tivessem estabelecido objetivos de redução de GEE (40 delas com objetivos de neutralidade carbónica) os números indicam que se está muito longe de atingir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris, em 2015, de redução de GEE.

Os investigadores sugerem que os principais setores de emissões sejam identificados e que se criem estratégias de mitigação, e defendem que as cidades devem estabelecer objetivos de redução de GEE mais ambiciosos.

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