Discursando na sessão solene para celebrar a revolução de 25 de abril de 1974, Inês Sousa Real defendeu que “Abril está por cumprir no funcionamento das instituições” democráticas, afirmando que “na própria casa da democracia ainda há quem mostre intolerância a desvios ao pensamento único”.
“À democracia, de pouco ou nada servirão cerimónias e demais simbologias, que se mostrem alheadas das aspirações e preocupações das pessoas e muito menos das consequências da atual crise sanitária, económica, social e ambiental, ditada por uma doença silenciosa e desconhecida”, declarou a deputada do PAN.
A deputada advertiu que “não há donos da democracia” e que “só respeitando a pluralidade democrática e as vozes discordantes” é que se trava o “caminho dos populismos e a demagogia crescentes”.
Para o PAN, a pandemia de covid-19 pôs “um foco sobre as forças e as fragilidades” do regime democrático, o que exige “força redobrada para livremente reerguer o país”, a começar por “promover o bem-estar social e económico e a qualidade de vida das pessoas e de um Estado criador de um novo modelo de desenvolvimento económico mais justo, sustentável e climaticamente neutro”.
A líder parlamentar começou por referir as áreas em que, na opinião do PAN, “Abril está por cumprir”, da igualdade, ao combate à pobreza, ao acesso à justiça, na resposta do Serviço Nacional de Saúde, no direito universal à habitação, na proteção dos cidadãos na doença, velhice e desemprego e no acesso à educação com igualdade.
“Abril está por cumprir no respeito que devemos também para com os animais. No nosso país, os animais continuam a ser votados ao abandono, aos maus tratos, à privação da sua liberdade ou à sujeição a atividades cruéis, que ferem os valores humanitários que nos devem nortear”, lamentou.
“Precisamos de uma nova alvorada. De um despertar para um novo paradigma”, defendeu, propondo “novas políticas” de conciliação do trabalho, família e lazer, de novas “políticas ambientais e de mais empatia e sensibilidade para com os animais”.
Para a deputada do PAN, que agradeceu “a quem abriu o caminho da Liberdade”, o país democrático “não sobreviverá sem novas políticas” que “reforcem e aprofundem” um Estado social forte, “que ponha as pessoas em primeiro plano”.
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