MUDAR OS NOSSOS HÁBITOS — POR ONDE COMEÇAR
Antes de começar a mudar hábitos, vamos olhar para dentro e refletir sobre estas questões:
1 – Como é que se sente atualmente?
2 – Como é que se vê?
3 – Que balanço faz do seu «eu» do presente? Que pensamentos costuma ter sobre si?
4– Como é que acha que os outros o veem?
5 – Como é que gostaria de ser?
6 – De que tem medo?
7 – Se não é hoje a pessoa que ambicionava ser, o que o limita para conseguir alcançar o seu potencial?
8 – Sente que é feliz? O que é que lhe falta?
9– Como se imagina daqui a 10 anos?
10– Quem deseja ter por perto?
11 – De que mudanças se quer orgulhar? Como espera sentir‑se com o que alcançou?
12– Quem quer ser para si e para os outros?
Pare um pouco e responda a estas questões num caderno, numa conversa de si para si, pode fazê‑lo no seu quarto, na praia, no campo, num lugar que lhe traga algum conforto e paz.
É importante saber o que queremos para a nossa vida, mas, mais do que isso, é importante sabermos o que não queremos, o que não nos acrescenta, o que nos faz mal. Quando pensarmos em ir do ponto A ao ponto B, não podemos encarar isso como uma corrida mas antes como uma jornada. Por vezes, queremos mudar características ou circunstâncias em nós que estão enraizadas há mais de 15 ou 20 anos. Além disso, queremos que tudo aconteça de forma rápida e sem margem de erro. É importante olharmos para nós com carinho, não só pelo que somos mas porque precisamos de aceitar que estamos em constante mudança, sempre à procura de alcançar o nosso potencial. É preciso aceitar as nossas feridas e cicatrizes que fazem parte de um passado que nos confere sabedoria e que conta a nossa história. Sou apologista da aceitação do nosso «eu», do amor‑próprio, mas também defendo que devemos procurar melhorar quem somos se isso se traduzir em bem‑estar emocional.
Assim, desafio‑o a listar no seu bloco tudo o que sente que está a ser limitador, um entrave, um mau hábito, algo que não faça sentido na sua vida e que tem ignorado até agora. Mudar dá trabalho, implica persistência, consistência e resiliência, o que faz com que muitas vezes seja mais fácil autossabotar o processo. O primeiro passo deverá ser o compromisso consigo mesmo, tendo sempre presente os benefícios que isso trará para a sua vida. Como disse anteriormente, não é por todos correrem que deverá fazer o mesmo.
Quando listar o que é limitador para si, seja «o ginásio fica longe de casa», «sinto que devia deixar de fumar» ou «tenho ignorado o facto de me alimentar só com processados», lembre‑se de listar também as suas crenças limitadoras, veja estes exemplos:
- «Sou velho para mudar!»
Ninguém é velho demais seja para o que for, a pergunta que deve fazer é: «Se morresse hoje, morria feliz ou alterava algumas coisas na minha vida?» Se sim, o quê? Estamos sempre a tempo de mudar hábitos.
- «Isso é impossível.»
Quando me dizem que algo é impossível, pergunto sempre se alguém já o fez ou já o conseguiu. Se a resposta for positiva, então não existe espaço para o impossível. Exige sacrifício, cedências e resiliência, mas é possível.
- «Não sou capaz.»
É capaz, sim. Vai doer? Pode doer. Vai implicar consistência e resiliência? Sim, vai. Mas já pensou nas consequências? No impacto estrondoso que terá na sua vida? Antes de dizer que não é capaz, pense se já tentou. Mesmo que tenha tentado e falhado, qual é o problema de tentar de novo?
- «Não tenho tempo.»
Nós devemos ser uma prioridade, o nosso autocuidado deve estar no topo da nossa lista de afazeres. A organização e gestão do tempo são fundamentais para que na sua rotina diária exista espaço para si. Tudo pode ficar para depois, menos a nossa saúde. Seguidamente, vamos abordar a relação dos hábitos com a nossa ansiedade, de maneira a que possa fazer escolhas mais conscientes para a sua vida.
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