“O problema é o Hamas”, afirmou Antony Blinken durante uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan. “A bola está no campo deles. Estamos a trabalhar arduamente nesse sentido”, acrescentou.

Na quinta-feira, durante o discurso sobre o Estado da União, o Presidente Joe Biden apelou a uma trégua “imediata” de seis semanas para permitir a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

“Não tenho dúvidas de que conseguir este cessar-fogo com a libertação dos reféns seria profundamente benéfico para todas as partes envolvidas”, afirmou o secretário de Estado norte-americano.

Os negociadores esperavam chegar a um acordo sobre uma trégua antes do Ramadão, o mês sagrado de jejum para os muçulmanos, que começa no início da próxima semana.

Pelo seu lado, o Hamas não fará “qualquer cedência” nas suas exigências de um cessar-fogo definitivo e de uma retirada das tropas israelitas em troca de um acordo sobre a libertação dos reféns, declarou na sexta-feira o porta-voz do seu braço armado. Estas condições foram recusadas por Israel.

A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 30.800 mortos e mais de 72.000 feridos.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.