Segundo o Correio da Manhã, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) perdoou uma dívida ao deputado do PS, Carlos Pereira, que foi relator de uma comissão de inquérito ao banco público, em 2017. A mesma publicação refere um corte de 66 mil euros no pagamento de crédito à empresa da qual o político era avalista. Entretanto, o deputado do Partido Socialista anunciou que vai deixar a comissão de inquérito à TAP.

Foi por isso que deixou a comissão de inquérito?

Segundo o deputado socialista, não o faz porque “houve um perdão de uma dívida” da Caixa Geral de Depósitos. E acrescentou ser “falso que tenha havido um perdão”, favorecimento ou incompatibilidades.

Mais tarde, o banco afirmou em comunicado que não houve um perdão de dívida e que foi “totalmente ressarcida” do empréstimo ao deputado do PS Carlos Pereira.

Então, foi por causa da reunião secreta?

É uma das suspeitas levantada pelo PSD, “que chamou a atenção, aquando da revelação da reunião secreta, de que era necessário garantir toda a transparência e isenção no funcionamento da comissão e encaminhou um pedido de parecer à comissão parlamentar de transparência”, afirmou Paulo Moniz, coordenador do PSD no inquérito à TAP, em declarações aos jornalistas.

Nessa altura, os sociais-democratas pediram um parecer sobre a presença do então coordenador socialista na comissão de inquérito à gestão da TAP, Carlos Pereira, numa reunião com a presidente executiva da empresa na véspera da audição parlamentar de janeiro, que está atualmente em elaboração.

Mas, o deputado rejeitou que tenha decidido sair por antecipar um parecer desfavorável da comissão parlamentar de Transparência relativo à sua participação numa reunião com assessores governamentais e a presidente executiva da TAP na véspera de uma audição parlamentar.

Não foi a questão da dívida, não foi a presença na reunião, foi o quê?

Foi para lhe dar “tranquilidade”. O coordenador do PS na comissão de inquérito à TAP, Carlos Pereira, afirmou hoje que vai sair daquele órgão parlamentar para poder dar-lhe a “tranquilidade necessária”.

O deputado disse ainda esperar que, com esta decisão, “se acabe com o clima de suspeição, insinuação, especulação” que considerou andar a pairar sobre a comissão de inquérito à TAP.

Bruno Aragão será o novo coordenador do PS na comissão de inquérito à companhia aérea.

*com Lusa