Bozaina Mohamed Mustafa Sheraqi afirmou ao jornal El Mundo que Atta - amplamente conhecido como um dos organizadores dos ataques de 11 de setembro de 2001 - foi vítima de uma conspiração elaborada pelos Estados Unidos e que não fez nada de errado.

"Está vivo e esta é a mensagem que envio ao meu filho. Acredito que está em Guantánamo. Filho, quero vê-lo antes de morrer. Já tenho 74 anos e vivo com a esperança de que tenha sobrevivido. Sei que nunca fez nada de errado e que jamais poderia ter feito o que dizem por aí. Estou à espera do seu regresso. Eles (os Estados Unidos) estão a esconder a verdade", afirmou ao jornal espanhol, no Cairo, onde mora com as duas filhas.

Bozaina Mohamed Mustafa Sheraqi afirmou também que o governo americano "planeou o ataque para propagar que o Islão é terrorismo. Escolheram pessoas com passaportes árabes para atribuir a responsabilidade e acusar, de passagem, os nossos países e nos dividir", completou.

O jornal El Mundo revela que esta é a primeira entrevista concedida por Bozaina desde o 11 de setembro de 2001. A família de Atta repetiu diversas vezes que ele não teria tido qualquer relação com os ataques e que estaria vivo. Depois de Mohammed Atta ter sido reconhecido como um dos 19 sequestradores aéreos do 11/9, o seu pai - também chamado Mohammed Atta e que faleceu em 2008 - negou com veemência a acusação e chegou a afirmar que o filho lhe tinha telefonado, de um local não divulgado, um dia depois dos ataques. Mas, após os atentados de Londres, em 2005, o pai de Atta pareceu aceitar a perda do filho. Quando a CNN lhe pediu uma entrevista,Mohammed Atta solicitou o pagamento de 5000 dólares, de acordo com o jornal espanhol. A entrevista nunca foi realizada.