O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, e o presidente americano, Joe Biden, ofereceram detalhes do acordo, que permitirá, na sua primeira fase, o regresso de 33 reféns vivos em troca de prisioneiros palestinianos.
Os outros reféns vivos deverão ser libertados numa hipotética segunda fase e os corpos dos reféns mortos serão repatriados numa terceira fase, disse Biden.
48 homens, 10 mulheres e 2 crianças
Em 7 de outubro de 2023, num ataque sem precedentes do Hamas contra o sul de Israel, os combatentes do movimento islamista levaram para Gaza 251 pessoas, algumas já mortas.
Delas, 117 foram libertadas (principalmente mulheres, crianças e trabalhadores estrangeiros) durante a única trégua deste conflito, de uma semana no final de novembro de 2023. Também foram repatriados cerca de 40 corpos.
Até 15 de janeiro, o Exército israelita estimava que 94 pessoas permaneciam nas mãos do Hamas, mas dava 34 delas como mortas.
Entre os reféns supostamente vivos, 53 são israelitas (pelo menos 22 com dupla nacionalidade), seis tailandeses e um nepalês.
São 48 homens, dez mulheres e duas crianças, os irmãos Kfir e Ariel, sequestrados com oito meses e quatro anos juntamente com os seus pais Shiri e Yarden Bibas. Segundo o Exército, toda a família segue com vida.
Além disso, dez dos prisioneiros são soldados, cinco homens e cinco mulheres.
Anúncios de mortos
Desde o fim da única trégua desta guerra, em 1 de dezembro de 2023, apenas sete reféns foram libertados em operações do Exército israelita. O último foi Kaid Farhan Alkadi, resgatado a 27 de agosto no sul de Gaza.
Não é certo que os 60 reféns considerados vivos realmente estejam vivos.
O Hamas e os seus aliados da jihad islâmica anunciavam regularmente a morte de reféns que Israel não confirmou. Um destes casos é o dos irmãos Bibas e da sua mãe.
Recentemente, os dois grupos islamistas ofereceram provas de vida em vídeo dos reféns Matan Zangauker (25 anos), Edan Alexander (20), Sacha Trupanov (29) e Liri Albag (19).
Corpos levados para Gaza
Uma parte dos reféns já estava morta quando foram levados para Gaza a 7 de outubro de 2023, assassinados durante o ataque do Hamas. É o caso, por exemplo, de 11 soldados.
Pelo menos outros 30 reféns morreram em Gaza. Três deles - Yotam Haïm (28 anos), Samer al-Talalqa (25) e Alon Lulu Shamriz (26) - foram mortos por erro pelo exército israelita em 15 de dezembro de 2023.
O exército israelita acusa o Hamas de ter executado outros seis no final de agosto: Hersh Goldberg-Polin, Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino foram encontrados por seus soldados num túnel de Gaza com tiros "à queima-roupa".
Nir Oz e Tribe of Nova
A maioria dos reféns que se acredita que estão vivos foram raptados no festival de música Tribe of Nova (16) e no kibutz Nir Oz (20).
A festa rave, da qual participavam mais de 3 mil pessoas, acontecia perto do kibutz Reim, não muito longe da fronteira com a Faixa de Gaza.
No total, 370 pessoas foram assassinadas nesse local pelos comandos islamistas e pelo menos 43 foram sequestradas. Apenas nove foram libertadas com vida até agora.
Nir Oz era o kibutz ao qual pertenciam a maior parte dos sequestrados até hoje. Foi o único onde houve mais reféns (pelo menos 74) do que mortos (mais de 40).
Famílias separadas
Em 7 de outubro de 2023, famílias inteiras foram levadas para Gaza. Para estas a trégua de novembro supôs uma mistura de alívio, pelos reféns libertados, e de sofrimento, por alguns membros deixados para trás.
Este é o caso dos adolescentes franco-israelitas Eitan Yahalomi, cujo pai Ohad segue sequestrado, e os irmãos Erez e Sahar Kalderon, também com o pai Ofer ainda em poder do Hamas.
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