“Tal como acordado entre as partes envolvidas no acordo e os mediadores, o cessar-fogo na Faixa de Gaza terá início às 08:30 de domingo, 19 de janeiro, hora local de Gaza”, escreveu Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar (o país mediador) na sua conta X, apelando ‘aos residentes (...) para que exerçam a máxima cautela e aguardem instruções de fontes oficiais’.
Hoje, ao início da manhã, o Conselho de Ministros de Israel aprovou o acordo para um cessar-fogo em Gaza, que libertaria dezenas de reféns e interromperia a guerra de 15 meses com o Hamas, aproximando as partes do fim dos combates mais mortíferos e destrutivos de sempre.
Nos termos do acordo, 33 reféns deverão ser libertados nas próximas seis semanas, em troca de centenas de palestinianos presos por Israel.
Os restantes, incluindo soldados do sexo masculino, serão libertados numa segunda fase que será negociada durante a primeira. O Hamas afirmou que não libertará os restantes prisioneiros sem um cessar-fogo duradouro e uma retirada total de Israel.
O Hamas concordou em libertar três mulheres reféns no primeiro dia do acordo, quatro no sétimo dia e as restantes 26 nas cinco semanas seguintes. Os prisioneiros palestinianos também serão libertados. Todos os prisioneiros que constam da lista da primeira fase são jovens ou mulheres.
No âmbito da primeira fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, “o Governo [israelita] aprova a libertação de 737 prisioneiros e detidos”.
Entre os prisioneiros a libertar encontra-se Zakaria Zubeidi, responsável por vários ataques contra civis israelitas e antigo líder das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado do movimento Fatah.
“O plano para a libertação dos reféns entrará em vigor no domingo, 19 de janeiro de 2025”, refere ainda.
O Conselho de Ministros de Israel tinha iniciado na sexta-feira à noite a reunião para votar o acordo de cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, já aprovado pelo Gabinete de Segurança.
O Gabinete de Segurança do Governo de Israel tinha dado na sexta-feira luz verde ao compromisso com o Hamas, recomendando às autoridades a aprovação do cessar-fogo após examinados “todos os aspetos políticos, de segurança e humanitários do acordo proposto, e considerando que este apoia a realização dos objetivos de guerra”.
O fim definitivo das hostilidades será negociado durante a primeira fase do entendimento, que se prevê ter início no domingo, com a suspensão dos combates e libertação dos primeiros prisioneiros, e que se prolonga por 42 dias.
Segundo duas fontes próximas do Hamas citadas pela agência France-Presse (AFP), o primeiro grupo deverá incluir três mulheres israelitas.
Em troca, Israel concordou “libertar vários prisioneiros importantes”, adiantou uma das fontes.
O acordo, resultado de negociações prolongadas e intensas, foi divulgado antes do regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, previsto para segunda-feira.
Além das libertações iniciais de reféns, a primeira fase inclui, de acordo com o Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, “um cessar-fogo total” e uma retirada israelita de áreas densamente povoadas, bem como o aumento da ajuda humanitária ao enclave destruído.
A segunda fase deverá permitir a libertação dos últimos reféns, antes da terceira e última etapa dedicada à reconstrução da Faixa de Gaza e à restituição dos corpos dos reféns que morreram no cativeiro do Hamas.
O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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