Putin falava no congresso do partido Rússia Unida, força política que oficializou hoje o apoio à candidatura independente do atual governante às eleições presidenciais de 18 de março de 2018.
“É necessário tratar com respeito a oposição responsável e capaz de agir", disse Putin, numa intervenção no congresso, a cerca de três meses das presidenciais russas.
"Ser oposição não significa apenas ter o desejo e a vontade de lutar contra o poder ou acusá-lo de todos os pecados capitais. Nós próprios conhecemos os problemas que o país enfrenta", referiu o chefe de Estado russo.
"Ser responsável significa ter um plano claro de ações positivas", reforçou.
Apesar de ter deixado a liderança do Rússia Unida em 2012, Putin foi convidado a intervir no congresso do partido, a decorrer hoje em Moscovo. A saída de Putin em 2012 ocorreu quando o Rússia Unida ficou desacreditado por denúncias de fraude em eleições ocorridas nesse mesmo ano.
“Este ano, o partido cumpre 16 anos e todo este tempo teve apenas um líder indiscutível, um líder que reúne as pessoas (...) e unifica a Rússia, um que conta com a confiança e com o apoio da maioria absoluta dos nossos cidadãos: Vladimir Vladimirovich Putin”, disse hoje, no congresso, o presidente do Rússia Unida, o atual primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.
No passado dia 06 de dezembro, Vladimir Putin anunciou que será candidato a um quarto mandato nas presidenciais previstas para março de 2018 na Rússia.
Dias mais tarde, Putin assumiu que avançava como candidato independente, precisando reunir 300 mil assinaturas.
Ao ter anunciado tão atempadamente os seus planos, o governante russo afirmou que espera reunir o apoio de todos os partidos políticos que partilhem da sua ideologia política, que não incluiu só o partido Rússia Unida, mas também o partido Rússia Justa, formação social-democrata que declinou apresentar um candidato presidencial.
Vladimir Putin, de 65 anos, cumpriu dois mandatos presidenciais sucessivos, entre 2000 e 2008. Depois, impedido constitucionalmente de se recandidatar, exerceu as funções de primeiro-ministro enquanto o aliado Dmitri Medvedev, no cargo de Presidente, alargava o mandato presidencial para seis anos.
Em 2012, quando terminou o mandato de Medvedev, Putin voltou a candidatar-se e a ser eleito líder do Kremlin (sede da Presidência russa).
Com uma taxa de popularidade de 80%, Putin, no poder há 17 anos, tem a vitória praticamente assegurada. Se vencer, fica no poder até 2024.
Segundo os analistas políticos, Putin será reeleito com um resultado histórico com mais de dois terços dos votos.
O líder opositor russo Alexei Navalny está impossibilitado de participar na campanha para as presidenciais de 2018 por ter antecedentes criminais após um processo polémico.
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