Num vídeo difundido pela família é possível ver a mulher, Li Wenzu, no seu apartamento em Pequim, e o filho do casal, Quanquan, a aguardarem a chegada de Wang a casa, acompanhado por vários agentes de segurança.

Li, cuja campanha pela libertação do seu marido a tornou numa das ativistas mais importantes do país asiático, é vista a chorar nos braços de Wang, que ela viu, pela última vez, numa visita à prisão, em Linyi, no leste da China, em 16 de janeiro passado.

Desde a sua libertação, no dia 05 de abril, Wang permaneceu sob vigilância policial na sua antiga casa na cidade de Jinan, província de Shandong, enquanto a sua família ficou no seu local habitual de residência, em Pequim.

As autoridades justificaram a decisão de manter Wang em Jinan com a necessidade de cumprir o período de quarentena de duas semanas, medida de prevenção contra a propagação do novo coronavírus, mas mesmo volvido esse período não permitiram o seu regresso a Pequim.

No entanto, no fim da semana passado, Li começou a sofrer fortes dores abdominais e foi levada para o hospital, e Wang, ao receber a notícia, tentou regressar a Pequim para ver a sua mulher, apesar de ter sido intercetado no caminho.

Foi só na segunda-feira, quando a sua mulher já estava em casa, que ele se pode juntar à família.

“É um grande alívio ver que Wang Quanzhang finalmente conseguiu reunir com a sua esposa e filho. É sem dúvida um resultado positivo da perseverança da sua esposa e da contínua pressão internacional sobre este caso”, disse Leo Lan, da organização China Human Rights Defenders, citado pela agência EFE.

Em dezembro de 2018, a justiça chinesa iniciou o julgamento de Wang, acusado de “subversão contra o Estado” – uma acusação geralmente usada contra ativistas e dissidentes na China – e que resultou numa sentença, emitida no mês seguinte, de quatro anos e meio de prisão.

Em 28 de junho de 2019, depois de quase quatro anos sem ver o marido, Li conseguiu visitá-lo na prisão.

Em julho de 2015, o Governo chinês lançou uma ampla campanha para perseguir advogados de defesa dissidentes, que resultou na detenção de mais de 300 pessoas.

Desde então, vários advogados foram condenados à prisão por subversão do poder do Estado.