“Do ponto de vista moral, isto que [Presidente bielorrusso Alexander] Lukashenko está a fazer a centenas de pessoas desesperadas, é absolutamente imoral. Usar mulheres e homens como uma espécie de nova arma disponível para um regime que manifestamente não conhece nenhuma espécie de limites e não tem pejo a recorrer a ações que deveriam causar repulsa a qualquer consciência bem formada”, afirmou o ministro, questionado por jornalistas à margem da Assembleia-Geral da UNESCO, que decorre em Paris.
Para o governante português, os muitos migrantes concentrados na zona fronteiriça bielorrussa, nomeadamente junto da fronteira com a Polónia, estão a ser usados pelo regime de Minsk como “armas quase militares”, com Portugal a apoiar todas as sanções contra a Bielorrússia já aplicadas por Bruxelas.
“Estou muitíssimo preocupado quer com o que se passa na fronteira com a Lituânia, quer agora com esta escalada na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia. A situação que se vive tem um único responsável e esse responsável é o regime de Lukashenko, que está a usar migrantes, pessoas em circunstâncias pessoais e familiares muito difíceis, como armas políticas e armas quase militares”, reforçou Augusto Santos Silva.
A Polónia, Letónia e Lituânia, que enfrentam uma vaga migratória procedente da Bielorrússia nos últimos meses, culpam o regime de Alexander Lukashenko de atrair cidadãos do Iraque, Afeganistão, Síria e outros países para as respetivas fronteiras para desestabilizar a União Europeia (UE).
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