Segundo a agência noticiosa EFE, o exército israelita suspendeu as férias de todos os elementos “na sequência de uma nova avaliação da segurança”, um argumento que já tinha levado na quarta-feira a aumentar o número de efetivos e reservistas na Força Aérea.
O alerta deve-se à possibilidade de ataques com mísseis ou ‘drones’ (aparelhos não tripulados) por parte do Irão ou de uma das suas milícias satélite na região, como o Hezbollah no Líbano.
“As Forças de Defesa de Israel estão em guerra e a questão do destacamento de forças é constantemente revista, se necessário”, segundo um comunicado dos militares, informação esta que suscitou preocupações entre a população israelita.
Numa reunião hoje realizada com a hierarquia militar, o chefe dos serviços secretos militares israelitas, Aharon Haliva, afirmou: “Não é certo que o pior já tenha passado, há dias complexos pela frente”.
Pouco depois o exército esclareceu que, para já, não há alterações às instruções dadas à população civil, indicando não haver necessidade de comprar geradores, armazenar alimentos ou levantar dinheiro nas caixas multibanco.
“Atualizaremos imediatamente quaisquer alterações, se forem oficiais e ordenadas”, asseguraram os militares numa mensagem dirigida ao público.
Todavia, como precaução adicional e para evitar eventuais ataques, Israel começou a interromper hoje deliberadamente o serviço de GPS no centro do país, depois de o fazer há meses na fronteira norte e nas comunidades perto da Faixa de Gaza.
Quem utiliza aplicações de geolocalização, como Waze, de fabrico israelita, ou o Google Maps, devem registar interferências e serão reconhecidos como estando em Beirute ou no Cairo, podendo ainda ser afetadas outras aplicações como as que alertam para as sirenes antiaéreas.
O Gabinete de Guerra liderado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deverá reunir-se hoje à noite.
O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, lançou na quarta-feira uma séria ameaça a Israel depois do ataque que matou altos funcionários iranianos, incluindo Mohamed Reza Zahedi, comandante da Força Quds (braço de operações especiais estrangeiras da Guarda Revolucionária iraniana) na Síria e no Líbano.
“O ataque não ficará sem resposta. Os sionistas têm de saber que nunca conseguirão atingir os seus objetivos malvados através de ações tão desumanas”, afirmou Raisi, enquanto o líder supremo do Irão, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, prometeu vingança.
O ataque a Damasco foi o pior golpe para o corpo militar de elite desde a morte de Qasem Soleimani, um general iraniano que liderou a Força Quds até ser morto pelos norte-americanos em 2020, num bombardeamento no Iraque.
A tensão com o Irão aumenta quando na fronteira norte se regista troca de tiros entre as tropas israelitas e a milícia xiita libanesa Hezbollah, a mais intensa desde a guerra que travaram em 2006.
Desde 08 de outubro do ano passado, um dia depois do início da guerra entre Israel e o Hamas e quando se iniciaram as disputas na zona de fronteira, morreram cerca de 370 pessoas.
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou na quarta-feira que Israel está a “aumentar a sua preparação” para as ameaças provenientes de todo o Médio Oriente e a expandir as suas operações ofensivas contra o Hezbollah, que lança diariamente mísseis, ‘rockets’, ‘drones’ e artilharia, aos quais Israel responde com bombardeamentos.
Irão e Israel estão envolvidos num clima de confrontação há vários anos.
Telavive acusa Teerão — que nega – de querer adquirir a bomba atómica para fins militares, com os israelitas a assumirem abertamente que pretendem impedir tal avanço e contrariar a influência dos iranianos no Médio Oriente.
O Irão, por sua vez, acusa Israel de estar por detrás de uma série de sabotagens e assassínios que visam o programa nuclear iraniano.
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