“Ainda estamos em tempo de poder convencer os nossos aliados norte-americanos de que seria uma injustiça adicional querer sancionar em território americano as empresas europeias por as empresas europeias, seguindo as indicações dos seus países, não cessarem atividade económica com o Irão. Julgo que o tempo ainda é o tempo da diplomacia”, afirmou Augusto Santos Silva, falando na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.
O governante comentou que a Comissão Europeia já disse que a União Europeia está preparada para adotar contramedidas quando elas se justificarem, mas Santos Silva assinalou que “agora ainda é o tempo da diplomacia”.
O conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, John Bolton, advertiu na semana passada ser “possível” que sejam aplicadas sanções a empresas europeias que mantenham operações comerciais no Irão, após a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear internacional com Teerão.
A Europa, prosseguiu o chefe da diplomacia portuguesa, pode continuar a defender o acordo nuclear com o Irão mantendo-se “signatária, indiretamente, através da França, Alemanha e Reino Unido, e acompanhar os outros dois membros permanentes do Conselho de Segurança, Rússia e China, que declararam a intenção” de continuarem comprometidos com o acordo.
Respondendo a uma pergunta da socialista Lara Martinho sobre se há empresas portuguesas que possam ser atingidas, Santos Silva respondeu: “Não, porque o atual nível de relacionamento entre Portugal e o Irão é pouco mais que inexistente. Sim, porque desde 2015 que havia um esforço diplomático de parte a parte no sentido de aumentar esse relacionamento e a explorar as oportunidades, que são muitas, de investimento no Irão e de trocas comerciais com o Irão”.
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