No discurso no 39.º Congresso Nacional do PSD, que decorre até domingo em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, Adão Silva fez duras críticas a Paulo Colaço, num registo de crispação interna que ainda não tinha sido usado nesta reunião magna.

O líder parlamentar do PSD considerou que “unidade, coesão, firmeza e a determinação são as armas” para a batalha das eleições legislativas de 30 de janeiro, defendendo que “Portugal pode e deve inverter a marcha para o abismo degradante” em que a geringonça afundou o país.

“Por isso, não são toleráveis, são abomináveis atos de sabotagem, tiros nas costas. Nesta luta eleitoral dos próximos 45 dias e na vida futura do nosso partido são intoleráveis atos como aqueles que foram protagonizados por uma parte do conselho de jurisdição nacional, especialmente pelo seu presidente Paulo Colaço, que deve estar por aí a ouvir-me”, atirou em seguida.

Adão Silva continuou em tom crispado, acusando Paulo Colaço de “achincalhar” Rui Rio quando o PSD estava empenhado na luta autárquica.

Na resposta, o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) acusou Adão Silva de ter mentido, motivo pelo qual considerou que o órgão nacional perdeu o processo no Tribunal Constitucional.

Foi durante o seu mandato enquanto presidente que o CJN aplicou uma sanção de advertência ao líder parlamentar Adão Silva, uma decisão depois anulada pelo Tribunal Constitucional (TC).

O CJN considerou que quer Adão Silva quer Rui Rio (que não teve sanção) violaram os estatutos do partido por não terem dado seguimento a uma moção setorial aprovada no 38.º Congresso que pedia um referendo sobre a eutanásia.

Em acórdão datado de 15 de julho, o TC anulou a sanção de advertência, depois de Adão Silva ter recorrido desta decisão.

Este episódio motivou duras trocas de críticas entre a direção e o presidente da Jurisdição, com o líder parlamentar do PSD a dizer — depois de conhecida a decisão do TC — que “se estivesse no lugar” do presidente da Jurisdição Nacional demitia-se.

Também a Comissão Permanente do PSD — o núcleo duro da direção de Rio — acusou o presidente da Jurisdição de promover um “processo político” com a matéria da eutanásia e a Comissão Política Nacional acusou-o de prejudicar o partido num momento de “foco” nas autárquicas, com uma “perturbação estéril e desnecessária”, considerando que foram “agredidos os laços de confiança” entre órgãos nacionais.

Na altura, Paulo Colaço respondeu acusando a direção de fazer um ataque “inaceitável à honorabilidade e qualidade” dos membros do CJN.

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