“Todos nós, que já somos membros da União Europeia, devemos sempre deixar claro para nós mesmos que existe um interesse geoestratégico absoluto em realmente incluir esses países na UE”, disse Merkel em conferência de imprensa com o presidente sérvio Aleksandar Vucic, em Belgrado.
“Também há influências de outras regiões do mundo e se a União Europeia não agir rápido o suficiente … então é claro que [os países da região] serão forçados a arranjar outros parceiros”, disse Merkel.
Os Estados dos Balcãs Ocidentais – que incluem Sérvia, Bósnia, Macedónia do Norte, Albânia, Montenegro e Kosovo – procuram a adesão à UE há décadas, mas dada a falta de progressos têm vindo a encontrar outras alianças, nomeadamente na Rússia e China.
Vucic, uma ex-ultranacionalista, elogiou Merkel como uma verdadeira aliada que, durante seus 16 anos como chanceler alemã, conseguiu “manter a paz” nos Balcãs, que viveram violentos conflitos na década de 1990.
“Ela foi, sem dúvida, a verdadeira líder da Europa. Tenho medo de quem a substitua”, disse Vucic.
Merkel nunca criticou publicamente Vucic pelo que os seus opositores internos, e alguns observadores internacionais, consideram políticas antidemocráticas, que afastam o país dos critérios de adesão ao bloco europeu.
“Acho que a honestidade nas nossas conversas e a capacidade de ouvir uns aos outros e, em seguida, desenvolver medidas concretizáveis a partir disso caracteriza nosso relacionamento”, disse Merkel na segunda-feira. “Conheci Aleksandar Vucic como uma pessoa que não faz falsas promessas e também tenta cumprir o que promete”.
Merkel exortou a Sérvia a dar “mais passos na direção do Estado de direito, da democracia e da pluralidade da sociedade”.
Enquanto na Alemanha a campanha eleitoral para a sucessão de Merkel entra na reta final das eleições de 26 de setembro, Merkel prosseguirá o seu périplo pelos Balcãs em Tirana, a capital albanesa, na terça-feira, onde deve se encontrar com os líderes de cinco outros países dos Balcãs Ocidentais que lutam pela adesão à UE.
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