Em conferência de imprensa em Lisboa, o presidente da associação, Carlos Mamede, sublinhou a “grande preocupação” dos beneficiários com a sustentabilidade da ADSE, devido aos “alarmismos catastrofistas que insistem em anunciar a extinção imediata ou a insolvência a médio prazo da ADSE”.
“Pelo contrário, o sistema é e será sustentável desde que bem gerido”, defendeu Carlos Mamede, apontando críticas de “falta de transparência e opacidade” ao conselho diretivo liderado por Sofia Lopes Portela, mas também ao Governo.
A ADSE é financiada pelas contribuições dos cerca de 1,2 milhões de beneficiários que "têm direito a ser informados sobre a gestão da ADSE" e o que se vê é "uma total opacidade em relação à gestão" do sistema de saúde, "o que é muito preocupante", disse Carlos Mamede.
Para o dirigente da associação “é incompreensível” que o alargamento do sistema de saúde aos contratos individuais da administração pública, “uma medida com que todos concordam” e “indispensável para a sustentabilidade do sistema”, ainda não esteja legislado.
Segundo considerou, “uma boa gestão da ADSE também passa por um bom sistema de auditoria e combate à fraude e por concluir as negociações que começaram depois do conflito de fevereiro com os prestadores privados de saúde que precisam de ser concluídas com a aprovação de tabelas com preços fechados”.
O valor da regularizações dos prestadores privados referentes a 2017 e 2018 continua por apurar, assim como o montante final negociado para as relativas a 2015 e 2016, adiantou o responsável.
A associação exige ainda recursos qualificados e instrumentos de gestão, nomeadamente novos sistemas informáticos, que acabem com os atrasos nos reembolsos das comparticipações aos beneficiários que, em alguns casos, “são superiores a seis meses”.
A publicação do relatório e contas relativo a 2018 e do plano de atividades para 2019 pelo conselho diretivo da ADSE é outra das exigências da associação.
A Associação 30 de julho foi criada em 2016, aquando da discussão da passagem da ADSE de direção-geral a instituto público, e conta com 1.066 associados, em que cerca de 60% são pensionistas do Estado e perto de 40% são trabalhadores da administração pública, explicou Carlos Mamede.
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