Massa está à frente da Câmara dos Deputados pelo governo Frente de Todos (centro-esquerda), cuja trilogia do poder integra juntamente com o presidente Alberto Fernández e a vice, Cristina Kirchner.

Como o próprio Fernández, Massa foi chefe de gabinete na presidência de Cristina Kirchner, entre 2008 e 2009, mas depois tornou-se um opositor feroz, até que voltou a unir-se a esta para derrotar o ex-presidente liberal Mauricio Macri nas eleições presidenciais de 2019.

Numa das suas frases proverbiais afirma que "as vítimas mais graves da inflação são os trabalhadores, os desempregados e os aposentados".

No novo cargo, que assumirá uma vez que se concretize a sua substituição no Congresso, Massa terá sob o seu comando as áreas da Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, Pecuária e Pesca, e Relações com os Órgãos Internacionais, Bilaterais e Multilaterais de Crédito.

Arranque antiperonista

Na sua longa carreira política, Massa foi autarca da localidade de Tigre, nos arredores de Buenos Aires. Em 2013, infligiu uma dura derrota simbólica à força da então presidente, Cristina Kirchner, ao vencê-la na província de Buenos Aires nas eleições legislativas.

O kirchnerismo atribuía-lhe, então, vínculos com setores católicos antiperonistas, com a embaixada dos Estados Unidos e com o poder económico.

Recorde-se que o peronismo foi um movimento político surgido na Argentina durante a década de 1940, liderado por Juan Domingo Perón, presidente do país em duas ocasiões, e que deu origem ao Partido Justicialista. O populismo, a defesa dos valores nacionais e opções económicas contrárias ao liberalismo estão entre as características do peronismo, que é visto na Argentina como um movimento de esquerda.

Mas como na política tudo muda, em 2019 Massa formou uma aliança com Fernández e Cristina contra a reeleição de Macri.

"Quando alguém usa qualquer coisa para se manter no poder e divide a sociedade, depois não pode governar", advertiu a certa altura.

Massa foi dirigente do clube Tigre, o qual levou à primeira divisão de futebol. É casado com outra dirigente e funcionária do alto escalão peronista, Malena Galmarini, com quem tem dois filhos.

No entanto, ainda há peronistas que o questionam por ter militado no começo da sua carreira no Sindicato de Centro Democrático, um dos maiores grupos antiperonistas da História.

Mas com a chegada ao Poder Executivo do presidente peronista de direita Carlos Menem (1989-1999), Massa filiou-se no Partido Justicialista (PJ).

Na segunda década do século XXI, para se opor aos Kirchner, fundou a Frente Renovadora, grupo que ainda lidera e pelo qual foi candidato à presidência em 2015, quando ficou em terceiro lugar (21,9% dos votos).

Massa é filho de um empresário da construção civil e de uma dona de casa, ambos imigrantes italianos da Sicília.