De acordo com a Associated Press, que cita a declaração transmitida pela televisão, as forças talibãs indicaram hoje que "não querem que as mulheres sejam vítimas" urgindo-as a fazerem parte do governo — mas sem especificar que tipo de medidas vão ser adotadas nesse sentido.
A televisão do antigo Estado afegão, controlada desde domingo pelos talibãs, transmitiu as declarações de Enmullah Samangani, membro da Comissão Cultural do Emirado Islâmico sobre os funcionários públicos e as mulheres.
O responsável do Emirado Islâmico acrescentou que a "estrutura do governo ainda não está totalmente definida".
"Com base na experiência, (o governo) será composto por dirigentes islâmicos das várias 'partes'", afirmou Samangani transmitida por volta das 11:00 em Cabul (mais três horas em meia do que em Lisboa).
Por outro lado, os talibãs declararam que "uma amnistia geral foi declarada para todos (...) e que, por isso, todos devem regressar à normalidade, em confiança".
De acordo com os relatos das agências internacionais, "a calma regressou" ao aeroporto internacional de Cabul depois de um dia caótico marcado pela tentativa de fuga de centenas de pessoas que tentavam abandonar o país a bordo dos aviões dos Estados Unidos.
Pelo menos sete pessoas morreram durante as últimas 48 horas durante os incidentes no aeroporto de Cabul, cidade habitada por cerca de cinco milhões de pessoas.
Os civis, na capital, mantêm-se em casa desde a tomada da cidade pelas forças talibãs.
As informações sobre os acontecimentos nas 34 províncias do país são escassas.
Mesmo assim, o Comité Internacional da Cruz Vermelha disse que milhares de pessoas ficaram feridas nos combates das últimas semanas.
Entretanto, uma fonte oficial que participou nas negociações do Qatar, citada pela France Presse, disse sob anonimato que o líder talibã, Amir Khan Muttaqui chegou hoje a Cabul.
Muttaqui, que se encontrava em Doha, no Qatar, foi ministro da Educação durante o governo que controlou o Afeganistão entre 1996 e 2001.
Muttaqui estabeleceu contactos com os líderes políticos afegãos antes de o ex-presidente Ghani ter partido para o exílio, no domingo.
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