Num comunicado hoje divulgado, a OCHA refere que as organizações humanitárias receberam, no final de junho, menos de 30% dos cerca de 3,5 mil milhões de euros que tinham sido solicitados para a resposta às necessidades humanitárias provocadas pela invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado.
“Em algumas partes do sul, leste e norte do país, a resposta humanitária não conseguiu atingir mais de 25% das pessoas visadas, devido a uma combinação de escassez de financiamento e outros desafios operacionais”, denuncia a OCHA, no comunicado.
A agência da ONU alerta para o facto de a escalada de hostilidades a que se assiste neste momento obrigar a uma ajuda internacional reforçada, “para garantir que as organizações humanitárias continuem o seu trabalho”.
A OCHA lembra que, 500 dias depois do início da invasão russa, “os combates e as hostilidades implacáveis continuam a gerar necessidades humanitárias crescentes, impactando centenas de milhares de pessoas que permanecem em comunidades próximas da linha da frente”.
A OCHA diz que as organizações humanitárias no terreno já conseguiram ajudar quase 7,3 milhões de pessoas, com ajuda vital e serviços de proteção, entre fevereiro do ano passado e o final de junho deste ano.
“Cinco milhões de pessoas receberam cuidados de saúde e três milhões de pessoas tiveram acesso a água potável e produtos de higiene (…) e as organizações humanitárias forneceram alimentos para mais de 3,7 milhões de pessoas e alcançaram 3,3 milhões de pessoas com abrigo de emergência ou utensílios domésticos essenciais”, diz a agência das Nações Unidas.
A OCHA recorda ainda que cerca de um milhão de crianças foram obrigadas a fugir de casa e as suas escolas não funcionam, obrigando a um esforço suplementar na ajuda humanitária na Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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