“A intervenção visa a estabilização da arriba, através de um conjunto de técnicas de engenharia, que permita consolidar os blocos em risco de cair para a praia e dar segurança às construções que existem no topo da arriba”, explicou à Lusa o vice-presidente da APA, Pimenta Machado.
Segundo o dirigente do organismo do Ministério do Ambiente, a empreitada requereu “um trabalho preparatório com os proprietários das casas” e será executada no âmbito da colaboração estabelecida com a câmara e a junta de freguesia.
O auto de consignação da empreitada, assinado nas instalações da Junta de Freguesia de Colares, prevê que os trabalhos, a iniciar a partir de hoje, sejam executados num prazo de cerca de 11 meses, até abril de 2020.
A obra visa a adoção de “um conjunto de soluções e técnicas de proteção e tratamento da arriba norte, com vista a minimizar o risco decorrente da respetiva geodinâmica”, salientou a APA.
De acordo com a mesma entidade, a intervenção visa promover “as condições de segurança exigíveis à permanência e circulação de pessoas e bens nas áreas de risco, nomeadamente no núcleo urbano das Azenhas, no topo da arriba, na piscina oceânica da praia das Azenhas do Mar e zona envolvente”.
O vice-presidente da APA sublinhou que as técnicas utilizadas na intervenção levam “em conta a necessidade de articular a consolidação dos blocos instáveis e o sítio em que estão inseridos”, numa zona de elevada sensibilidade paisagística.
“A intervenção em causa é justificada como uma ação de prioridade máxima no âmbito das intervenções da orla costeira pela sua inserção numa área exposta ao risco de ocupação associada à instabilidade da arriba e ao uso e ocupação do local”, frisou o organismo.
A consolidação da arriba norte das Azenhas do Mar é, assim, considerada “relevante para a prossecução das políticas consagradas na Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira e para a necessidade de adaptação do território às alterações climáticas”.
A empreitada, contratada pela APA à Mota-Engil, por cerca de dois milhões de euros, conta com 85% de financiamento comunitário do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
A autarquia de Sintra está a concluir a requalificação do miradouro sul das Azenhas do Mar, com limitação do acesso automóvel e criação de um espaço de estacionamento nas proximidades.
Uma rampa de acesso ao miradouro permitirá a ligação à estrada, do lado virado para a arriba norte, enquanto na parte sul será instalado um quiosque e criada uma área de estadia.
A instabilidade da arriba levou, em 2014, a trabalhos de consolidação e demolição do 'snack-bar' abandonado no miradouro, pela APA, com construção de um muro de proteção na “boca do Ancão”, para travar a erosão junto à estrada na proximidade da escola primária das Azenhas do Mar.
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