A autorização condicional da vacina Pfizer/BionTech está prevista o mais tardar para 29 deste mês, enquanto em relação à da Moderna deverá ser anunciada a 12 de janeiro de 2021.
A agência está também a analisar os desenvolvimentos da vacina da Universidade de Oxford, da AstraZeneca e da Johnson & Johnson.

"A EMA foi alvo de um ciberataque. A Agência já lançou rapidamente uma investigação, em colaboração próxima com as autoridades e outras entidades relevantes", lê-se na nota publicada.

Esta comunicação ocorre numa fase em que a EMA se encontra a validar as diferentes vacinas destinadas à inoculação contra a covid-19.

Mais tarde, a Pfizer revelou mais informações relativas ao ataque, que terá consistido no roubo de documentos relacionados com as vacinas.

“É importante referir que nem o sistema da BioNTech nem o da Pfizer foram violados nesse incidente e não temos conhecimento de dados pessoais que tenham sido pirateados”, lê-se num comunicado.

“Estamos a aguardar mais informações sobre a investigação do AEM e iremos reagir da maneira apropriada, de acordo com a legislação europeia. Dadas as considerações críticas de saúde pública e a importância da transparência, continuamos a fornecer evidências claras sobre todos os aspetos do desenvolvimento de vacinas e do processo regulatório”, lê-se no documento.

No comunicado, a AEM não adiantou quando ocorreu o ataque.

Na semana passada a EMA recebeu pedidos formais para "autorização condicional" das farmacêuticas Pfizer/BioNTech e Moderna para o uso das vacinas na União Europeia, após o Reino Unido ter já começado a vacinar a população sem esperar - no âmbito do Brexit - pelos estudos da Agência Europeia do Medicamento.

Emer Cooke, a diretora executiva espera que a equipa da agência da União Europeia termine a revisão dos pedidos antes do dia 29 de dezembro, no caso da Pfizer, e no dia 12 de janeiro da Moderna.

A 2 deste mês, em Lyon, a Interpol emitiu um alerta global aos seus 194 países membros, incluindo Portugal, alertando-os para se prepararem para os ataques das redes de crime organizado que em breve vão atuar nas vacinas contra a covid-19.

O "aviso laranja" da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), descreve possíveis atividades criminosas como falsificação, roubo e publicidade ilegal sobre as futuras vacinas contra a covid-19 e contra a gripe, comportamentos criminosos que já foram detetados durante o período pandémico com outros produtos.

O aviso também abrange exemplos criminosos nos quais as pessoas que os cometem anunciam, vendem e administram vacinas falsas.

Com uma série de vacinas contra a covid-19 a serem brevemente aprovadas e com distribuição a nível global, é essencial os países garantirem a segurança da cadeia de abastecimento e identificar os 'sites' ilícitos que vendem produtos falsificados, tal como já aconteceu com máscaras e álcool gel.

Uma boa coordenação entre os órgãos de polícia criminal e as diversas entidades reguladoras de saúde terá, segundo a Interpol, um papel vital para garantir a segurança das pessoas e o bem-estar das comunidades neste período de pandemia.

Além dos perigos de solicitar produtos potencialmente fatais, uma análise da Unidade de Crimes Cibernéticos da Interpol revelou que há cerca de três mil 'sites' associados a farmácias 'online' sob suspeita de vender medicamentos ilícitos e dispositivos médicos e que 1.700 continham ameaças cibernéticas, como vírus informáticos.

Da farmacêutica Moderna, a EMA recebeu menos dados clínicos sendo que o processo de troca de informações técnicas vai decorrer nas próximas semanas.

A EMA está dotada de um sistema de revisão conjunto (por pares) para garantir que o resultado seja o mais válido e fiável possível.

As vacinas mais avançadas foram desenvolvidas em tempo recorde sendo que a EMA lançou no princípio de outubro um processo de revisão "em tempo real" de todos os dados que têm sido fornecidos pelas farmacêuticas para acelerar o processo de análise enquanto se esperam os ensaios clínicos.

[Notícia atualizada às 20:48]