“Portugal é um destino popular entre os turistas britânicos e um lugar onde o clima costuma ser agradável até tarde no inverno. A notícia de que os turistas ainda podem desfrutar de uma merecida pausa neste país será bem-vinda pelos viajantes e também pela indústria de viagens”, disse à agência Lusa uma porta-voz da Associação de Viagens do Reino Unido (ABTA).

Para a Associação de Agências de Viagens Independentes (AITO), a decisão do governo britânico é lógica até porque Portugal “resolveu os seus surtos regionais (principalmente em áreas não turísticas ao redor de Lisboa), sem dúvida melhor do que nós lidamos com os nossos no Reino Unido (perto de Leicester, Manchester e Birmingham).

“Este é um momento muito esperado - os clientes da AITO adoram Portugal e as suas ilhas, Madeira e o arquipélago dos Açores com nove ilhas, e estão desesperados para reservar as suas férias lá”, garantiu o presidente, Chris Rowles.

Também Julia Lo Bue-Said, presidente da Advantage Travel Partnership, outro grupo de agências de viagens britânicas, considerou que “ter um destino tão popular como Portugal adicionado é uma notícia positiva”.

Porém, disse, através da rede social Twitter, que "as mudanças constantes estão a provocar confusão e a diminuir ainda mais a confiança do consumidor", a propósito da exclusão da Croácia, à semelhança do que aconteceu com França e Malta na semana passada.

Noel Josephides, presidente da Sunvil, agência que tem Portugal no seu ‘portfolio’ há 39 anos, disse estar "muito satisfeito por poder vender este destino maravilhoso novamente”.

Na sua opinião, a decisão chega "bem a tempo para as últimas semanas da época alta de verão, mas também a tempo para os gloriosos meses outonais de setembro e outubro, até novembro".

Josephides destaca entre “os prazeres simples" de Portugal "intermináveis praias e baías do Atlântico sem multidões, campos abertos e pouco povoados, comida de primeira categoria e alguns dos melhores vinhos da Europa (a alguns dos preços mais baixos da Europa), além de experiências como desportos aquáticos e os Céus Escuros [Dark Sky] sobre o Alqueva, o maior lago artificial da Europa”.

O Governo britânico anunciou hoje que Portugal vai ser adicionado à lista de corredores de viagem, na sequência da revisão semanal dos dados efetuada pelo Centro Comum de Biossegurança.

A medida tem efeito a partir de das 04:00 de sábado, pelo que os passageiros que viajem de Portugal para o Reino Unido não vão precisar de ficar duas semanas em quarentena em casa, mas os que cheguem antes desta data terão de cumprir na mesma os 14 dias de auto-isolamento.

Todos as pessoas que viajem do estrangeiro para o Reino Unido vão continuar a estar obrigadas a preencher um formulário com informações pessoais e contactos para efeitos de rastreamento.

Pelo contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, vão ser retiradas da lista a partir da madrugada de sábado devido ao crescente número de infeções, tal como tinha acontecido na semana passada com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.

"Como acontece com todos os países com corredores aéreos, esteja ciente de que as coisas podem mudar rapidamente. Viaje apenas se estiver satisfeito com a quarentena inesperada de 14 dias, se necessário”, refere Shapps, falando por experiência própria, pois teve de ficar 14 dias em isolamento ao voltar de férias em Espanha.

Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que têm autonomia nesta matéria, também confirmaram a inclusão de Portugal aos países isentos de quarentena anunciada inicialmente pelo governo de Boris Johnson para Inglaterra.

Portugal junta-se assim a um grupo reduzido de países que foram adicionados à lista de 'corredores de viagem' com o Reino Unido desde meados de julho, que incluem a Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia, o arquipélago de São Vicente e Granadinas, Brunei e Malásia.

O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado cerca de 20% do total em 2019.

O Reino Unido registou até agora 41.403 mortes, o número mais alto na Europa e o terceiro maior no mundo atrás dos EUA e Brasil.