Até às 14:00, já tinham dado entrada nos armazéns deste banco alimentar, em Alcântara, 40 toneladas de alimentos. Chegam em carrinhas de associações e prontamente são transportados por empilhadores que os colocam próximo de uma balança gigante.

Devidamente pesados, os alimentos seguem depois para um separador, onde dezenas de voluntários se agitam para encaminhar cada embalagem para a caixa certa: arroz para a esquerda, cereais para a direita, bolachas, leguminosas, óleo e azeite.

Ao barulho dos voluntários junta-se o som de uma edição de rádio a cargo de estudantes universitários que, com a sua música, tentam animar o trabalho.

Com a hora do almoço chega a refeição prontamente disponível para os voluntários que aproveitam para descontrair antes de retomar a jornada, que deverá durar pela noite e madrugada.

Tal como em Lisboa, os bancos alimentares estão hoje envolvidos na primeira campanha de recolha de alimentos deste ano, para a qual contam com 42 mil voluntários.

Chegam em grupo e animados. Muitos são escuteiros. Ordenadamente, começam por colocar os seus pertences nos espaços próprios e depois dirigem-se para o armazém principal, de onde saem os alimentos devidamente embalados, para serem depois encaminhados para as associações que os distribuem.

Aí não têm mãos a medir. Mas a boa disposição era visível a meio de um dia que deverá acabar tarde.

Ainda sem grandes dados, a presidente da Federação dos Bancos Alimentares, Isabel Jonet, disse à Lusa que “as pessoas continuam a aderir nos supermercados”.

O fim de semana prolongado e o bom tempo terão contribuído para uma diminuição do número de voluntários, mas Isabel Jonet acredita que até ao final de domingo terão sido recolhidos os alimentos necessários para apoiar as 400 mil pessoas que deles precisam.

Na primeira campanha do ano passado foram recolhidas 2.100 toneladas de alimentos. Para Isabel Jonet, a meta para este ano são é tanto em quantidade, mas em número de pessoas que possam ser apoiadas com os produtos recolhidos.

“Estamos a apoiar 400 mil pessoas através de parceiras com 2.600 instituições e estas pessoas continuam a precisar da mesma ajuda alimentar porque se enquadram na pobreza estrutural, que não há maneira de descer em Portugal. A pobreza conjuntural melhorou com a retoma”, disse.

Sobre a solidariedade dos portugueses, Isabel Jonet recordou que os bancos alimentares existem há 27 anos e que “os portugueses conhecem bem as campanhas, até porque muitos já foram voluntários”.

“A generosidade dos portugueses é extraordinária, tanto nos supermercados, como através dos vales ou da campanha online”, disse.

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