Nos termos do entendimento entre os Governos português e espanhol, promovido pelo presidente da Comissão Europeia, com vista a permitir uma resolução amigável para o litígio entre os dois países em torno da construção do armazém de resíduos nucleares de Almaraz, ficou também estabelecido que “Espanha e Portugal aceitam acelerar, em conjunto com a Comissão Europeia, os trabalhos do Grupo de Alto Nível em matéria de interconexões no Sudoeste da Europa”.

O objetivo é “desenvolver os projetos deste teor que são necessários no domínio do gás e da eletricidade para assegurar as ligações entre Portugal e Espanha, bem como entre a Península Ibérica e os mercados europeus”.

“Tal irá aumentar a segurança do abastecimento energético da Europa, melhorar a fiabilidade do sistema de eletricidade, aumentar a qualidade do serviço e reduzir as perdas de produtividade nos setores comerciais e industriais. A existência de níveis ambiciosos de interligação reverter-se-á em benefício da Europa, uma vez que a otimização do sistema irá conduzir a uma redução das importações de combustível e do preço da energia”, lê-se no documento hoje divulgado em Bruxelas.

Na declaração conjunta do presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, e dos primeiros-ministros de Portugal e Espanha, António Costa e Mariano Rajoy, as partes indicam que “atendendo aos enormes desafios económicos, sociais e geopolíticos que a União Europeia enfrenta neste momento (…) os litígios entre Estados-membros que são tradicionalmente aliados, devem ser resolvidos rapidamente, de forma consensual e num espírito de cooperação”.

“Entendemos que este desenlace atesta que a União Europeia dá provas de um espírito de cooperação pragmática que permite resolver os problemas. Esperamos colaborar em conjunto com os outros membros do Conselho Europeu, no sentido de continuar a aprofundar a União Europeia ao longo de 2017, nomeadamente por ocasião do 60º aniversário dos Tratados de Roma”, conclui a declaração conjunta.

O Governo português tem assumido como uma prioridade e grande ambição do país em matéria de política de energia o desenvolvimento das interligações, de modo a ter a possibilidade de exportar energia renovável para a União Europeia.