O encontro fechado do Grupo de Especialistas em Clima da ONU (GIEC), que começou na segunda-feira em Incheon, na Coreia do Sul, teve de ser prolongado por mais um dia, tendo as últimas horas sido especialmente dedicadas a resolver a oposição manifestada por Riade.
No relatório, cujo resumo foi aprovado por consenso pelos Estados, mas que só será publicado na segunda-feira, os cientistas descrevem, com base em seis mil estudos, os impactos de um aquecimento de mais 1,5 graus Celsius, um nível que a Terra poderá atingir já em 2030 (2030-2052) devido à falta de uma redução maciça das emissões de gases de efeito estufa.
Segundo diversos participantes, a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, contestou um capítulo referente aos compromissos assumidos em Paris pelos Estados para reduzir as suas emissões e sublinhou a sua insuficiência global se o mundo quiser permanecer a 1,5°C.
“Finalmente, a Arábia Saudita levantou o seu bloqueio porque estava prestes a terminar com uma nota de rodapé”, disse à agência France Press um observador que pediu anonimato.
Ao longo da semana, governos e investigadores releram linha por linha o resumo apresentado pelos cientistas e os principais desafios a serem resolvidos sem infligir grandes “danos” ao texto original, segundo um participante.
“Estávamos à espera de negociações difíceis, e estamos satisfeitos por ver que os governos fizeram uma verdadeira reflexão sobre os elementos científicos”, afirmou no final da reunião, Stephen Cornelius, conselheiro sénior da WWF, à agência France Press.
“Os compromissos atuais dos países para reduzir as emissões não serão suficientes para limitar o aquecimento de 1,5ºC, você não pode negociar com a ciência”, acrescentou Stephen Cornelius.
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