O município da Amadora, no distrito de Lisboa, tem, desde 11 de maio de 2017, 103 câmaras de videovigilância em funcionamento nos espaços públicos.
A instalação deste sistema representou um investimento municipal de um milhão de euros, acrescido de cerca de 900 mil euros na rede de fibra ótica.
As câmaras captam imagem em áreas urbanas e comerciais consideradas críticas, nomeadamente na zona central da cidade e na Reboleira, Venteira, Venda Nova, Damaia, Brandoa e Alfornelos.
A agência Lusa ouviu alguns moradores e comerciantes que, na sua maioria, consideraram a videovigilância como uma “medida muito importante” na prevenção de crimes na via pública, reconhecendo que se sentem mais seguros quando caminham sozinhos na rua.
“Eu acho que é muito bom porem aqui [câmaras]. Isto aqui é criminalidade durante o dia e a noite. A gente chega a um ponto que até tem medo de andar na rua sozinhos. Isto pode fazer com que as pessoas tenham mais cuidado”, afirmou à Lusa Maria da Glória, uma moradora de 82 anos, exemplificando que na rua onde vive “deixaram de partir os vidros dos carros”.
No mesmo sentido outro morador, que regressava da escola, e que já foi no passado vítima de violência, elogiou o sistema instalado há um ano: “É importante porque eles assim têm medo de alguma coisa. Antes se alguém fosse assaltado ninguém podia saber o que aconteceu. Agora, com as câmaras, temos alguma coisa para manter a segurança”, apontou.
Do lado dos comerciantes, o sentimento também é de satisfação com a instalação da videovigilância, como referiu à Lusa o proprietário de um quiosque junto à estação da Amadora.
“Achamos que é uma medida muito boa, pois este é um sítio propício a haver problemas. As opiniões sobre a videovigilância são diversas. Há pessoas, como eu, que acham que é uma boa medida e outras que até põem em causa se as câmaras estão ligadas”, apontou.
Já o presidente da Associação de Comerciantes da Amadora e Oeiras, João Antunes, não tem “dúvidas” de que a videovigilância foi “uma grande mais valia” para o concelho, nomeadamente para a criação de um sentimento de segurança.
“Os comerciantes sentem-se mais seguros e acham que há mais segurança sobretudo nas zonas onde existe videovigilância. Antes, no inverno, os comerciantes fechavam antes da hora porque tinham receio de ser assaltados à noite e isso agora já não acontece”, sublinhou, apontando a freguesia da Damaia e o centro da cidade da Amadora como os mais inseguros do município.
As imagens das câmaras de videovigilância, captadas sem som, são controladas e gravadas 24 horas por dia na Divisão da Amadora da PSP e podem ser visionadas no Comando Metropolitano de Lisboa, em Moscavide, através de uma ligação à Rede Nacional de Segurança Interna.
O município apresentou o primeiro projeto de videovigilância em 2008, em colaboração com o Comando Metropolitano da PSP, para 113 câmaras, mas o pedido foi recusado após parecer negativo da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).
O projeto foi reformulado, em resposta às observações da CNPD, e teve de ser posteriormente adaptado à nova legislação em 2012, altura em que o parecer da comissão deixou de ser vinculativo.
Câmara e PSP da Amadora defendem alargamento da videovigilância a outras zonas do concelho
Um ano depois da instalação das câmaras de videovigilância no município da Amadora, autarquia e PSP sublinham a diminuição de crimes violentos e defendem o alargamento deste sistema a outras zonas críticas do concelho.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares (PS), fez um balanço “muito positivo”, sublinhado que a videovigilância já faz parte do “dia a dia” dos moradores.
“A videoproteção é sempre um sistema gerador de paixões e ódios, mas, contrariamente aquilo que eu enquanto autarca expectava que acontecesse, eu acho que a cidade se habituou a conviver com a videoproteção. Portanto, quem está por bem no espaço público encarou este processo com naturalidade”, apontou a autarca.
O “êxito” da videovigilância no concelho da Amadora, que se encontra instalada em zonas mais críticas do município, nomeadamente a zona central da cidade, Reboleira, Venteira, Venda Nova, Damaia, Brandoa e Alfornelos, leva a que a autarquia, em articulação com a PSP, pretendam alargá-la a outras zonas do concelho.
“O nosso objetivo agora é consolidar este trabalho que já existe e esta instalação das câmaras, analisar o seu posicionamento e analisar também a necessidade de eventual alargamento para outras zonas territoriais da cidade", explicou Carla Tavares.
No mesmo sentido, o comandante da PSP da Amadora, Resende da Silva, manifestou a mesma convicção, uma vez que o sistema tem permitido descer os índices criminais do município.
“O balanço é extremamente positivo com dados estatísticos que confirmam uma melhoria clara na descida dos índices de criminalidade, mas acima de tudo uma melhoria daquilo que é a segurança da população”, apontou.
O responsável da PSP sublinhou que no primeiro ano de videovigilância no concelho da Amadora foi possível reduzir em 20% a criminalidade violenta e grave e em 40% crimes como o roubo na via pública, defendendo, igualmente, a necessidade de colocar câmaras de videovigilância noutros pontos do concelho.
“É nossa convicção de que é preciso alargar a outras zonas. Zonas que a nosso ver tiveram aumentos de fenómenos criminais, ainda que não significativas. Alfragide é uma das zonas porque ainda não está abrangida e deverá ser abrangida a outros locais com a relocalização de câmaras ou instalação de novas”, atestou.
O primeiro projeto de videovigilância apresentado pelo município da Amadora foi em 2008, em colaboração com o Comando Metropolitano da PSP, para 113 câmaras, mas o pedido foi recusado após parecer negativo da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).
O projeto foi reformulado, em resposta às observações da CNPD, e teve de ser posteriormente adaptado à nova legislação em 2012, altura em que o parecer da comissão deixou de ser vinculativo.
As imagens captadas, sem som, são controladas e gravadas 24 horas por dia na Divisão da Amadora da PSP e podem ser visionadas no Comando Metropolitano de Lisboa, em Moscavide, através de uma ligação à Rede Nacional de Segurança Interna.
As câmaras captam imagem em áreas urbanas e comerciais consideradas críticas, nomeadamente na zona central da cidade e na Reboleira, Venteira, Venda Nova, Damaia, Brandoa e Alfornelos.
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