A direção está autorizada a “iniciar negociações com a Câmara Municipal do Porto a fim de ser encontrado um modelo e figurino jurídico que permita a realização das obras no Coliseu do Porto e nos seus equipamentos, designadamente através da transmissão do edifício ou da cessão temporária da utilização do edifício, mantendo-se a atividade e gestão do Coliseu Porto, ainda que de forma indireta”, refere a proposta aprovada, a que a Lusa teve hoje acesso.
À saída da assembleia-geral extraordinária, o presidente do Coliseu do Porto, Eduardo Paz Barroso, disse que a câmara, tal como já o manifestou publicamente, está disponível para encontrar uma solução que permita a realização de obras, assegurando a manutenção e modernização do edifício.
O dirigente explicou que a associação está impossibilitada de realizar obras com fundos próprios ou com recurso a financiamento bancário, os quais mesmo que pudessem ser obtidos colocavam em perigo a manutenção da atividade do coliseu.
Perante esta dificuldade, no final de março, em conferência de imprensa, o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, disse que quer e pode” reabilitar o coliseu, tendo, para isso, de haver um trespasse do equipamento para a autarquia, através da empresa de Cultura
O trespasse da atividade é a “solução mais adequada” para que a câmara possa assumir a titularidade das obras e assegurar, durante o período da sua reabilitação que implica o seu fecho, a “manutenção” das equipas de trabalho, explicou, na altura.
Rui Moreira entendeu que este é o “modelo mais adequado” porque, de outra forma, não é possível realizar as obras, tendo esta solução sido consensualizada com o Governo e com a Área Metropolitana do Porto que também entendem ser o “melhor”.
Quanto ao trespasse, Moreira adiantou que esse não pode ser feito ao município, mas sim à empresa municipal de Cultura, cujo Tribunal de Contas (TdC) chumbou, tendo a autarquia já recorrido da decisão.
As obras a realizar serão de “pura e dura” manutenção, implicando uma intervenção na torre, a substituição da cobertura, a renovação de infraestruturas de apoio e a recuperação de parte do revestimento interior.
O Coliseu do Porto é propriedade da Associação dos Amigos do Coliseu Porto, sem fins lucrativos e com estatuto de utilidade pública, fundada em 1995 para evitar a venda do edifício a uma seita religiosa.
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