O Procurador-geral norte-americano, William Barr, saiu em defesa do presidente Donald Trump esta quinta-feira, momentos antes da divulgação do relatório de Mueller, que foi hoje entregue aos Congressistas e disponibilizado online no site do Departamento da Justiça.
Numa conferência de imprensa antes da entrega do relatório, Barr voltou a sublinhar que não foi provada nenhuma ligação entre a campanha de Trump e o governo russo, relembrando o clima de suspeição que rodeou o presidente norte-americano desde a vitória nas eleições à tomada de posse e nos primeiros meses de mandato.
“O presidente Trump enfrentou uma situação sem precedentes. Quando assumiu o cargo e procurou exercer as suas responsabilidades, agentes federais e procuradores especiais examinavam a sua conduta antes e depois de tomar posse e o comportamento de alguns dos seus associados ”, disse Barr, enfatizando que, ao mesmo tempo, “houve especulações implacáveis nos media sobre a culpabilidade pessoal do presidente”.
“No entanto, como ele disse desde o início, não havia, de facto, conluio ”, acrescentou Barr, uma das poucas pessoas que até aquele momento tinha lido o relatório.
A divulgação do relatório, esta quinta-feira, deverá lançar uma nova luta política no Congresso e começar a alimentar a campanha presidencial de 2020, enquanto Trump procura a reeleição num país dividido.
Momentos depois de Barr concluir a conferência de imprensa, Trump publicou uma imagem no Twitter, rodeado por um nevoeiro e com o grafismo da série Guerra dos Tronos com as palavras: “Sem conluio. Sem obstrução. Para os inimigos e os radicais de esquerda, democratas - GAME OVER".
O Procurador-geral disse em Washington que o advogado de Donald Trump teve acesso prévio ao "Relatório Mueller”, e que o Presidente se escusou a invocar privilégio executivo relativamente ao documento.
Barr, que falava na Casa Branca à imprensa, garantiu que o advogado de Trump não fez cópia do documento e acrescentou que o procurador-especial Robert Mueller incluiu no documento 10 casos relacionando Donald Trump e obstrução da justiça.
O relatório sofreu alguns cortes de informações que continuam a ser investigadas no âmbito de outros processos.
"O governo russo tentou interferir no nosso processo eleitoral, mas, graças à investigação minuciosa do conselho especial, sabemos agora que os agentes russos que perpetraram esses esquemas não tiveram a cooperação do presidente Trump ou da campanha Trump", disse Barr.
O "Relatório Mueller” põe fim a 22 meses de investigações acerca da suposta interferência de Moscovo nas eleições presidenciais norte-americanas.
A investigação de Robert Mueller começou em maio de 2017 e implicou processos contra 34 pessoas, incluindo seis ex-assessores de Trump: Paul Manafort, Rick Gates, George Papadopoulos, Michael Cohen, Michael Flyn e Roger Stone, além de 26 cidadãos russos.
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