Protestaram junto à provedoria e vão dormir nas ruas de Caracas, capital da Venezuela, como forma de denunciar.
São cerca de 6.000 os antigos trabalhadores que continuam à espera de receber a pensão, mas 3.800 chegaram a receber.
"Os que eram amigos da PDVSA (empresa de petróleo estatal da Venezuela) e os corruptos chegaram a receber", explicou à Lusa Mário Salazar, o porta-voz dos manifestantes que protestavam junto da Provedoria de Justiça, em Caracas.
Trata-se de uma disputa legal já muito antiga, que envolveu a multinacional norte-americana ExxonMobil e o Governo venezuelano.
Durante a presidência de Chávez, que expropriou a empresa petrolífera, houve um conflito legal e o tribunal deu razão ao Estado venezuelano. A empresa teve de indemnizar. Na altura alguns dos trabalhadores receberam o direito a uma pensão, mas os que hoje protestaram ficaram de fora.
"Fomos enganados", lamentou Mário Salazar. "Retiraram o direito a uma pensão pelo nosso trabalho", declarou.
"De forma contundente fomos excluídos pelo Governo de Nicolás Maduro. Apagaram o nosso direito ao dinheiro pelo passivo laboral que era uma ordem do comandante Hugo Chávez, que não se cumpriu", adiantou o antigo trabalhador da petrolífera que explorou a Faixa do Orinoco.
Os trabalhadores, que se manifestam em defesa dos seus direitos, têm apresentado as suas aspirações em vários ministérios e instituições, mas até agora sem resposta.
Como forma de protesto, os antigos funcionários da petrolífera estão a pernoitar em caixas de cartão em várias praças da capital.
"Vamos dormir em cartões em frente ao panteão nacional", garantiu Salazar.
Sempre sem criar melindres com o Governo de Nicolás Maduro, os manifestantes dizem implorar por uma solução, argumentando que continuam "a acreditar no projeto revolucionário de Chávez", mas o problema é que já estão cansados.
"Dizemos ao Presidente Maduro, até quando tanta indolência. Por favor, senhor Presidente, estamos a apoiá-lo, levantando a bandeira, mas pedimos que nos ajude e que haja justiça social, porque os nossos filhos e as nossas mulheres estão a sofrer porque estamos a viver nas ruas de Caracas", acrescentou Mário Salazar.
Comentários