Esta posição foi transmitida por António Costa momentos antes de ter um jantar de trabalho com o seu homólogo romeno, Nicolae Ciucã, e após ter sido interrogado pelos jornalistas se o Presidente da República não terá colocado em causa a segurança da sua deslocação à Ucrânia ao anunciá-la publicamente.
“Depois da deslocação à Polónia, aproveitarei a proximidade para corresponder ao convite que me foi dirigido pelo meu colega ucraniano, Denys Shmygal”, disse, escusando-se, no entanto, a indicar quando chegará a Kiev.
Questionado se foi surpreendido por ter sido Marcelo Rebelo de Sousa a anunciar a sua deslocação à Ucrânia, António Costa respondeu: “Como é sabido, entre o Governo e o Presidente da República não há obviamente segredos”.
“A política interna e externa é conduzida pelo Governo, devendo o Governo manter permanentemente informado o Presidente da República. Obviamente, o senhor Presidente das República conhece desde sempre o que o Governo faz, pensa e quando o faz”, salientou.
Confrontado com a possibilidade de Marcelo Rebelo de Sousa, com esse anúncio, ter colocado em causa as condições de segurança da sua deslocação a Kiev, o primeiro-ministro procurou desvalorizar: “O senhor Presidente da República anunciou está anunciado”.
“Se anunciou fez seguramente bem. É por isso que é Presidente da República e, portanto, determina o ‘timing’ da sua própria palavra. Não é o Governo que condiciona a palavra do Presidente da República”, argumentou.
De acordo com António Costa, compete ao Governo “dirigir a política interna e externa e manter permanentemente informado o senhor Presidente da República”.
“Compete ao Governo saber ouvir e dialogar com o Presidente da República. Agora, não comentamos a atuação nem condicionamos o Presidente da República quando entende usar da palavra”, acrescentou.
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