A ideia foi defendida pelo chefe do Governo num jantar em sua homenagem oferecido pelo Presidente brasileiro, Michel Temer, no Ministério das Relações Exteriores, após a XII cimeira luso-brasileira.

As palavras foram acolhidas com aplausos, numa sala com cem pessoas presentes.

António Costa considerou que esse assento permanente é “uma das boas formas” para prosseguir com a reforma da ONU, acrescentando que é preciso “um novo Conselho de Segurança que corresponda àquilo que é a realidade do mundo de hoje”, que “já não é mais a realidade do pós-guerra”.

Para o primeiro-ministro, o processo “aberto, transparente e participado” que levou à eleição de António Guterres para futuro secretário-geral da ONU “foi talvez a primeira marca da reforma” da organização internacional.

Na declaração final da cimeira luso-brasileira, lê-se que “os dois governantes reafirmaram a necessidade de avançar na reforma das Nações Unidas, em particular do seu Conselho de Segurança, com vista a reforçar a sua representatividade, legitimidade e eficácia, por meio da incorporação de novos membros permanentes e não permanentes e do melhoramento dos métodos de trabalho do órgão”.

Além disso, no jantar, o chefe do Executivo sublinhou que é preciso “transformar a nossa língua portuguesa em língua de trabalho das Nações Unidas”.

Na XI Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorreu segunda e terça-feira em Brasília, foi aprovada uma proposta para que o português seja uma língua oficial nas Nações Unidas.

António Costa considerou que um “excelente exemplo” da cooperação entre Portugal e o Brasil foi a eleição do primeiro secretário-geral da ONU do espaço lusófono.

“Esta prioridade do Presidente Temer às relações com os países de língua portuguesa e à relação com Portugal é muito significativa”, opinou.

Antes, Michel Temer sublinhou: “a nossa parceria é baseada na história da cultura e do idioma, mas é na verdade uma parceria viva”.