“Creio que muito brevemente estaremos em condições de levantar também aqui, na Área Metropolitana de Lisboa, as restrições às atividades cujo levantamento foi adiado na passada semana”, vincou António Costa durante o debate quinzenal na Assembleia da República.
António Costa respondia ao líder parlamentar do CDS-PP sobre os "vários alertas em relação a cautelas que seriam importantes”, quando o executivo decidiu “avançar para esta segunda fase do desconfinamento”.
“Quando avançámos, a área de Lisboa tinha o R acima de 1, é agora aí que está a acontecer o problema, e que faltavam eventualmente algumas condições para o desconfinamento”, considerou Telmo Correia, querendo saber “que avaliação fará [o Governo] da situação concreta na Área Metropolitana de Lisboa”.
O democrata-cristão propôs igualmente que possa ser garantida uma “maior diferenciação de horários” entre os cidadãos, para evitar uma “concentração tão grande nos transportes”.
“Claramente não estamos numa situação de descontrolo da situação, estamos numa situação em que temos um número de casos que tem resistido a baixar”, sublinhou o primeiro-ministro, apontando que o problema não é generalizado e tem resultado de “focos concretos”.
Costa lembrou que o Governo decidiu “adiar a entrada em vigor na Área Metropolitana de Lisboa do conjunto de atividades que deviam ter sido desconfinadas no passado dia 01”, segunda-feira, de forma a ser possível “fazer as análises sistemáticas dessas situações”, tal como aconteceu relativamente aos lares de idosos.
Do que já foi possível apurar, “estas situações são também muito contidas”, adiantou o chefe de Governo, concretizando que, dos 18 concelhos desta área metropolitana, “o problema situa-se em cinco”, e em “focos muito particulares, que estão neste momento identificados e onde está a ser desenvolvido o trabalho próprio da saúde pública”.
No debate de hoje, o CDS questionou também o primeiro-ministro relativamente à “célebre aplicação que iria permitir fazer algum ‘tracing’” (monitorização) dos contágios, apontando que ela “aparentemente sumiu”.
Na ótica de Telmo Correia, sem essa ferramenta será mais difícil acompanhar a situação e os movimentos da população.
Segundo o primeiro-ministro, essa aplicação móvel está a ser desenvolvida e está “na fase dos últimos testes”.
“Portanto, muito brevemente estará disponível”, acrescentou.
Portugal contabiliza pelo menos 1.447 mortos associados à covid-19 em 33.261 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.
Relativamente ao dia anterior, há mais 11 mortos (+0,8%) e mais 366 casos de infeção (+1,1%).
Portugal entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, que sexta-feira foi prolongado até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório apenas para pessoas doentes e em vigilância ativa e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
Novas medidas entraram em vigor na segunda-feira, 1 de junho, com destaque para a abertura dos centros comerciais (à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, onde continuarão encerrados até quinta-feira, pelo menos), dos ginásios ou das salas de espetáculos.
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