O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse hoje que a melhor resposta a “movimentos negacionistas” é a “evidência científica”, recordando que a vacinação contra a covid-19 já evitou “muitos milhares de óbitos e internamentos.”
“A melhor resposta que eu posso dar aos movimentos negacionistas é com a ciência e tudo aquilo que é a evidência (prova) científica disponível neste momento. Garantidamente, sabemos que a vacinação já evitou muitos milhares de óbitos e muitos milhares de internamentos e doença grave”, disse António Lacerda Sales, em declarações a jornalistas em Lousada, no distrito do Porto, onde hoje inaugurou as novas instalações da extensão de saúde de Lustosa, um investimento de 318 mil euros.
Lacerda Sales comentava o facto de o vice-almirante Gouveia e Melo ter sido recebido no sábado à noite em Odivelas por algumas dezenas de manifestantes antivacinação, que gritavam "assassino", com o responsável da 'task-force' a considerar que "o obscurantismo no século XXI continua".
Hoje, aos jornalistas, o secretário de Estado disse que “as pessoas [movimentos negacionistas] são livres de pensar de maneira diferente”.
“Num regime como nosso, democrático, pleno de maturidade, as pessoas são livres de o fazerem”, acrescentou, dizendo acreditar que, face ao histórico de vacinação e neste processo, “que tem corrido tão bem, como todos têm transversalmente reconhecido”, se possa continuar a vacinar a população para atingir os objetivos de “um maior número de pessoas vacinado, num menor tempo possível”.
O secretário de Estado reforçou que "ao Ministério da Saúde cabe informar, esclarecer e sensibilizar a população, para que as pessoas possam decidir livremente, quer em termos de saúde própria, quer em termos de saúde de terceiros”.
O vice-almirante Gouveia e Melo foi recebido no sábado à noite por algumas dezenas de manifestantes anti-vacinação, que gritavam "assassino", com o responsável da 'task-force' a considerar que "o obscurantismo no século XXI continua".
O relógio batia as 22:15 quando o vice-almirante entrou pela porta principal do Pavilhão Multiusos de Odivelas, onde estão a ser vacinados jovens de 16 e 17 anos contra a covid-19, por entre protestos do movimento anti-vacinação, cujas palavras de ordem eram bem audíveis mesmo com as portas fechadas.
Questionado pelos jornalistas sobre o que é que os manifestantes lhe tinham dito quando entrou, o vice-almirante afirmou: "Olhe, o que estão a dizer agora, genocídio e assassínio, chamam-me assassino, o que quer que eu lhe diga?".
O responsável da 'task-force' salientou que a "única coisa" que tinha a dizer aos manifestantes era que "o obscurantismo no século XXI continua, há ondas de obscurantismo".
É claro, disse, que as pessoas "têm direito às suas opiniões", mas "não têm é o direito a impor a sua opinião aos outros".
E, quando essa "opinião é imposta já de forma violenta, deixa de ser democracia, portanto têm direito à sua opinião, têm direito a falar uns com os outros, não têm direito a empurrar, não têm direito a condicionar as pessoas e, por isso, é que eu entrei ali pela porta principal", sublinhou.
[Artigo atualizado às 13:41]
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