No sábado, os trabalhadores da Prosegur e da Securitas que realizam o controlo da bagagem de mão dos passageiros através de raio-x estiveram em greve para exigirem melhores condições laborais.

Os sindicatos do setor - o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpezas Domésticas e Atividades Diversas (STAD) - referiram na altura que houve várias falhas de segurança no dia da greve e falaram de níveis de adesão de 80% no aeroporto de Lisboa e superiores a 50% nos restantes aeroportos do país.

Em comunicado hoje divulgado, a ANA reiterou que esta greve "não teve praticamente impacto nos aeroportos do Porto, Faro, Funchal, Porto Santo, Ponta Delgada, Horta, Santa Maria e Flores" e que "atingiu a maior expressão no aeroporto de Lisboa".

A empresa que gere os aeroportos portugueses garante que todos os 1.195 voos planeados foram realizados, "embora com atrasos", os quais foram "de dimensão relevante apenas em Lisboa", e acrescenta que, dos cerca de 155 mil passageiros, apenas cerca de cinco mil (pouco mais de 3%) "não conseguiram embarcar nos voos previstos".

A ANA sublinha ainda que este dia de greve foi "um dos sábados de maior tráfego no ano", pelo que, "mesmo sem greve, ocorreriam seguramente alguns constrangimentos", que acabaram por ser "agravados pelas restrições de pessoal decorrentes do não cumprimento pelas entidades sindicais dos serviços mínimos decretados".

Segundo a ANA, apenas 45% dos trabalhadores necessários para garantir os serviços mínimos decretados em Lisboa compareceram ao trabalho. O dirigente do SITAVA Armando Costa explicou anteriormente à Lusa que, como o despacho do Governo sobre os serviços mínimos não quantificava os "mínimos indispensáveis", o sindicato não podia designar que trabalhadores os cumpririam.

A ANA garante ainda que a segurança do aeroporto de Lisboa não ficou comprometida no dia da greve e afirma que "nenhuma das medidas adotadas pôs em causa o controlo de segurança" e esclarece que o controlo prévio dos passageiros que entram na área de controlo de segurança pretende "medir a qualidade de serviço e restringir o acesso à área de rastreio de pessoas não portadoras de cartão de embarque".

Além disso, a ANA indica que estiveram presentes no Aeroporto de Lisboa inspetores da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), "que garantiram que em momento algum fossem postos em causa as regras e procedimentos de segurança".

Finalmente, a gestora aeroportuária refere que vai analisar com a ANAC e com entidades policiais, "a adoção de meios tecnológicos que, com a supervisão das entidades policiais, possam garantir os procedimentos de controlo de segurança, tornando menos vulnerável a regularidade das operações e o conforto dos passageiros a ações industriais como a verificada".