"A crise do coronavírus terá graves consequências económicas, pelo menos a curto prazo e também importantes impactos para os orçamentos nacionais", reconheceu Stoltenberg numa conferência de imprensa virtual, para apresentar o relatório anual da NATO.
No entanto, o chefe da Aliança Atlântica lembrou que os aliados se comprometeram, em 2014, a que os seus gastos militares representassem 2% do PIB até 2024, mesmo vivendo "num mundo mais incerto". "E isso, infelizmente, não mudou", acrescentou.
Segundo o relatório, nove de seus 29 membros atingiram essa meta em 2019: Estados Unidos (3,43%), Bulgária (3,25%), Grécia (2,28%), Reino Unido (2,14%), Estônia (2,14%), Roménia (2,04%), Lituânia (2,03%), Letónia (2,01%) e Polónia (2%).
Mas, desde o surgimento do Covid-19 no mundo, no final de dezembro, os Estados Unidos e a União Europeia (UE) anteciparam um eventual cenário de recessão em 2020 e os países da NATO mais afetados pela pandemia permanecem abaixo dessa meta: Itália com 1,22%; Espanha, na penúltima posição com 0,92%; e França, 1,84%. Os gastos militares da Alemanha foram de 1,38%.
O ex-primeiro ministro norueguês disse que investir em defesa também é "muito útil", para gerir desastres naturais e crises de saúde, como a do novo coronavírus, uma vez que os militares ajudam no controle de fronteiras ou montam hospitais de campanha.
O coronavírus também pode afetar a reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, agendada para 2 e 3 de abril, em Bruxelas, tendo em conta que a primeira-ministra belga, Sophie Wilmès, pediu para limitar os deslocamentos na Bélgica até 5 de abril.
Stoltenberg garantiu que não decidiu se a reunião ocorreria fisicamente, especialmente quando muitos países fecharam suas fronteiras, mas enfatizou que devem procurar um "equilíbrio entre a proteção das pessoas" e o "funcionamento" da NATO.
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