Na primeira entrevista após o debate, concedida na sexta-feira ao apresentador da televisão ABC News George Stephanopoulos, ex-diretor de comunicações da Casa Branca, Biden assumiu que teve uma má noite contra o rival republicano, Donald Trump, mas assegurou não haver “nenhuma indicação de qualquer condição séria” em relação às suas capacidades.
“Foi um mau episódio, nada sério. Eu estava exausto. Não dei ouvidos aos meus instintos. (…) A culpa foi exclusivamente minha, de mais ninguém”, justificou.
Questionado sobre se tinha visto o debate posteriormente, o Presidente respondeu: “Acho que não vi. Não”.
O debate de 27 de junho expôs fragilidades físicas e mentais do chefe de Estado norte-americano, de 81 anos, o que levou vários membros do Partido Democrata a equacionar uma mudança de candidato às eleições presidenciais deste ano.
A Casa Branca justificou a má prestação do Presidente com um resfriado, cansaço acumulado e ‘jet lag’, uma vez que Biden tinha regressado de uma série de viagens à Europa.
Contudo, as explicações não foram suficientes para travar a preocupação e o pânico que se instalaram dentro do Partido Democrata, multiplicando-se as vozes que acreditam que Biden não está apto para continuar no cargo.
Na entrevista, Biden afirmou que “ninguém está mais qualificado” do que ele “para ser Presidente ou para vencer a eleição”, rejeitando assim os apelos para abandonar a corrida à Casa Branca.
O chefe de Estado referiu-se ainda ao antecessor e rival republicano como um “mentiroso patológico”.
Questionado sobre se renunciaria à recandidatura caso se convencesse que não conseguiria derrotar Trump, o Presidente disse que só o faria a mando do “Senhor Todo-Poderoso”.
“Se o Senhor Todo-Poderoso descesse e dissesse ‘Joe, sai da corrida’. eu sairia da corrida. O Senhor Todo-Poderoso não vai descer”, afirmou.
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