“Pretendo mostrar que a menstruação pode ser positiva e que todas as meninas têm direito de menstruar com dignidade e para isso é mesmo preciso protetores menstruais e que os protetores menstruais reutilizáveis são uma boa opção”, explicou à Lusa Joana Teixeira, envolvida pelo segundo ano neste projeto da delegação de São Vicente da OMCV.

O desafio começou em 2021, quando a artesã visitou Cabo Verde pela primeira vez, para ensinar costureiras a confecionar pensos reutilizáveis, iniciativa que a inspirou a voltar para dar continuidade ao projeto.

“A Joana esteve aqui no ano passado, deu formação, é uma parceira importante, arcou com todos os custos da sua viagem para estar aqui connosco durante dez dias. Conseguiu trazer todos os materiais de que necessitamos e o objetivo é fazer palestras e ‘workshops’ sobre educação menstrual na OMCV e em algumas escolas de São Vicente”, explicou a delegada da instituição naquela ilha, Fátima Balbina.

Nas diferentes comunidades a visitar em São Vicente e durante as palestras serão também distribuídos preservativos e folhetos informativos, além dos pensos que estão a ser produzidos.

Este trabalho está a ser desenvolvido nesta instituição de cariz social, no âmbito da formação de costura criativa, em que os formadores são voluntários e as costureiras, além de aprenderem a confecionar os itens, irão produzir os 2.000 protetores menstruais, contribuindo desta forma para a campanha.

“Estamos a preparar toda a quantidade de pensos, é feito com material caro e é preciso muita matéria-prima para cada protetor e iremos produzir pensos e estojo, onde serão entregues”, acrescentou Fátima Balbina.

Além de São Vicente, Santo Antão é a outra ilha escolhida para receber esta ação social, didática e ambiental.

“Já temos identificadas as comunidades e serão quatro ‘workshops’. A nossa intenção também é de realizar ‘workshops’ e entregas de pensos reutilizáveis em Santo Antão”, explicou a dirigente.

O projeto está a ser financiado pela OMCV e conta com um orçamento de 248 mil escudos (2.250 euros), garantido pela instituição, sendo a continuidade de um trabalho que a artesã portuguesa começou a desenvolver com a pandemia de covid-19.

“A OMCV conseguiu o financiamento para comprar o material que trouxe de Portugal. Já tínhamos feito no ano passado um pequeno orçamento do que era necessário para fazermos os pensos e parte do material é difícil de ser encontrado em Cabo Verde”, explicou Joana Teixeira.

O financiamento da campanha foi inteiramente assegurado pela instituição, que diz ter procurado apoios e patrocínios, sem sucesso, acreditando que “as pessoas ainda não estão sensibilizadas com o valor da utilização dos pensos”.

Ainda assim, a delegada da OMCV acredita que este trabalho irá dar mais liberdade às meninas e combater o abandono escolar, aliviar as famílias carenciadas desta despesa mensal e promover a preservação do meio ambiente.

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