“Estou profundamente chocada e magoada por ter lido notícias que são absolutamente falsas. Nunca tive relações sexuais com o Bennett”, pode ler-se na carta que a atriz partilhou com um jornalista do HuffPost e a que o The Guardian teve acesso.
De acordo com uma notícia avançada esta segunda-feira pelo The New York Times, a atriz terá chegado a acordo com o jovem Jimmy Bennett, que a acusou de o ter “agredido sexualmente, no quarto de um hotel na Califórnia, quando ele tinha 17 anos e ela 37”. O acordo previa o pagamento de 380 mil dólares (cerca de 333 mil euros).
Segundo a atriz, os dois foram apenas amigos durante alguns anos, tendo a amizade terminado quando Bennett “inesperadamente pediu uma quantia exorbitante de dinheiro”, diz Asia Argento na carta.
O pedido de dinheiro surgiu depois de Argento ter acusado o produtor Harvey Weinstein de assédio sexual e durante um período em que Bennett estava a passar por "problemas económicos graves", acrescenta.
O jornal norte-americano assegura que teve acesso a informação trocada entre os advogados de Asia Argento e de Jimmy Bennett onde estão documentados a acusação e o acordo, incluindo uma selfie de 2013 com os dois deitados numa cama.
A acusação não chegou a ser formalizada na justiça.
O apoio financeiro implicava que Bennett "não se intrometesse mais" na vida do casal.
As autoridades da Califórnia afirmaram, esta segunda-feira, que estão a olhar para o caso reportado pelo jornal e para as alegações feitas por Bennett, noticiou o The New York Times.
Na carta partilhada pela atriz, Argento termina referindo que vai "tomar a curto prazo todas as iniciativas necessárias" para sua "proteção".
A atriz e realizadora italiana está entre as dezenas de mulheres que denunciaram uma série de casos que vão desde comportamentos sexuais abusivos a acusações de violação por parte do produtor norte-americano Harvey Weinstein. O chamado ‘escândalo Weinstein’ rebentou em outubro do ano passado, com a publicação de artigos no jornal The New York Times e na revista The New Yorker.
Asia Argento acabou por tornar-se um dos rostos do movimento #MeToo (#EuTambém, na tradução em português, e usado como frase-chave para o movimento de denúncia e combate a assédio sexual de mulheres, espoletado pelas denúncias contra Harvey Weinstein). Em maio, no Festival de Cinema de Cannes, França, discursou contra o assédio e revelou ter sido violada ali por Harvey Weinstein em 1997, quando tinha 21 anos.
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