Intitulada ‘Coimbra está mais pequena’, a moção "é o último e mais forte recurso para confrontar o poder político socialista com uma estratégia errada de desenvolvimento económico e social do concelho, num flagrante incumprimento das promessas eleitorais a que nem o aeroporto internacional de Coimbra escapa”, sustentou a Comissão Política Concelhia do PSD de Coimbra, quando anunciou, no início de novembro, a decisão de avançar com a moção.

Os sociais-democratas criticam "a ausência de projetos estruturantes em Coimbra e o reiterado autismo político do PS em relação às propostas das restantes forças políticas, sem qualquer diálogo sério sobre a estratégia da cidade".

Para a Concelhia do PSD de Coimbra, presidida por Nuno Freitas, que também lidera a bancada social-democrata na Assembleia Municipal da cidade, a gestão municipal tem sido caracterizada designadamente pelo "abandono completo dos parques empresariais” e a “ausência de política de atratividade para fixação de novas empresas”, como sucede com os parques empresarial de Eiras, de ciência e tecnologia iParque e da plataforma logística de Souselas.

O PSD lamenta também a "ausência de uma estratégia integrada de reabilitação urbana da Baixa e do centro histórico, com uma execução anormalmente baixa de projetos e obras", bem como o "vazio de novas soluções de mobilidade inteligente e de uma nova visão para os transportes públicos”.

Com o orçamento e plano para 2019 aprovado pelo executivo camarário – que também será apreciado pela Assembleia Municipal durante a reunião de hoje, com início agendado para as 14:00 – o executivo chega a meio do mandato com “Coimbra mais pequena e mais atrasada”, afirma Nuno Freitas, considerando que “Coimbra mais pequena só interessa ao PS, mas não melhora a vida de ninguém, agora ou de futuro".

Para além da censura política, uma eventual aprovação da moção não tem repercussões práticas no funcionamento da Câmara.

Manuel Machado cumpre um segundo mandato, pelo PS, na presidência do município, desde 2013, cargo que já tinha desempenhado durante 12 anos, com três mandatos consecutivos, entre 1989 e 2001.

O executivo municipal de Coimbra é constituído por cinco eleitos do PS, três vereadores sociais-democratas (eleitos no âmbito da coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT), dois representantes do movimento Somos Coimbra (SC) e um da CDU.

Na Assembleia Municipal, constituída por um total de 51 elementos, os socialistas também possuem maioria relativa, com 23 eleitos.