Na carta, a que a Lusa teve acesso, o presidente da associação afirma acompanhar "com preocupação a crescente vaga de insegurança existente na cidade do Porto", dando como exemplos casos de tráfico e consumo de droga, confrontos como o do ataque a imigrantes no Campo 24 de Agosto no dia 04 de maio, furtos a carros e lojas, ruído e desordem em zonas de diversão noturna ou aumento dos sem-abrigo, "que têm a mendicidade como último recurso de sobrevivência".
"A manter-se esta realidade, a Associação Comercial do Porto teme que a mesma possa resultar em danos reputacionais irreversíveis, que vão afetar, a curto e a médio prazo, a atratividade turística do Porto, a sustentabilidade dos operadores privados e os relevantes projetos de investimento que existem neste setor, responsável por mobilizar quase seis milhões de dormidas em 2023", afirma Nuno Botelho na missiva.
O presidente da associação refere ainda que há uma "manifesta falta de policiamento nas ruas pedonais e em espaços públicos mais sensíveis, já denunciada por diferentes entidades, incluindo a Câmara Muncipal do Porto e o Observatório de Segurança Interna".
"Esta situação é manifestamente insustentável e irá conduzir, se nenhuma iniciativa for tomada, a uma crescente instabilidade social e à degradação da atividade económica, que tem na segurança um dos seus principais determinantes de sucesso", afirma Nuno Botelho.
Assim, a ACP exige "medidas mais robustas que não apenas venham atenuar circunstancialmente estas situações, como as possam corrigir de forma estrutural e duradoura".
"Ao contrário do que aconteceu nos anos mais recentes, seria fundamental não esperar por um acontecimento de maior gravidade para serem encetadas as respostas necessárias, e há muito reclamadas, para este fenómeno", refere a carta enviada à ministra da Administração Interna.
Nuno Botelho pediu a Margarida Blasco que "possa garantir a alocação dos meios humanos, técnicos e logísticos necessários à prevenção da criminalidade na cidade do Porto, ao cumprimento da ordem pública e à salvaguarda dos direitos de segurança e tranquilidade de pessoas e bens".
Num comunicado enviado à Lusa, a ACP considera ainda "fundamental avançar com a segunda fase do projeto de videovigilância proposto pela Câmara Municipal do Porto".
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